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Niilismo Miguxo

Niilismo Miguxo

著者: Niilismo Miguxo
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このコンテンツについて

c tb axa q nohs somus hapenas sakinhus d karni replikantis? xD entaum vem pra k! Viver filosofia, juntas. Nietzsche, Spinoza, Bergson, Deleuze, mais umas, outras e nós. Bora mergulhar? https://linktr.ee/niilismomiguxoNiilismo Miguxo 哲学 社会科学
エピソード
  • Niilismo Miguxo #10 - Arte, Vida e Filosofia: Caos e Cosmos + Final de Temporada
    2025/12/04

    Migas e migos! Chegamos ao fechamento dessa brincadeira que chamamos de primeira temporada :)


    A gente falou muito sobre criar o nosso próprio tempo, esse entretempo que a vida oferece, quando a gente sai do torpor das ficções que nos prendem.


    Tempo de perceber nossas forças internas, de fazer da vida um laboratório vivo, sempre em relação com tudo o que existe. Porque na natureza nada está parado, nada é separado, e nós também não.


    Só a linguagem, às vezes, cria esse encanto de afastamento, essa ilusão de ordem e caos, como se a realidade precisasse caber nos nossos rótulos.


    Quando algo não corresponde ao que eu queria, eu já digo que é negativo, caótico. Mas negativo em relação a quê? Caótico pra quem?


    Bergson já falava disso lá na Evolução Criadora. Negar o real não cria nada. E esse é o niilismo que a gente quer superar. Nietzsche também trouxe essa virada: aceitar não é resignar. É afirmar. A afirmação dionisíaca dança no chão que ela mesma cria. Ela sabe que a dor faz parte da vida, e não corre pra anestesia capitalista que transforma tudo em lixo. Ela compõe com a dor, porque dor também é ocasião de invenção.


    É disso que falamos quando falamos em criar o real. Sair do hábito, sair do automático. Perceber com mais delicadeza, com mais profundidade. Acessar essas micropercepções que vivem em nós, como pequenos cosmos dentro de cada pessoa. Nosso inconsciente é povoado de infinitas representações, sonhos, lembranças, afetos. Tudo isso se relaciona e faz surgir falas inesperadas, ideias inéditas, intuições rápidas. É vida em criação constante.Se cada um de nós é feito de infinitos cosmos de ideias, por que insistir em ver apenas o cosmos exterior dos livros de ciência?


    Étienne Souriau fala que existir é existir de uma certa maneira. Quando encontro a minha maneira de existir, conecto com um modo criativo que não precisa de uma luz externa pra me guiar. Eu passo a compor com o mundo, e não a depender dele pra me dizer quem eu sou.


    E é isso que fortalece: a capacidade de selecionar encontros que aumentam nossa potência, como no eterno retorno (sempre seletivo). No niilismo ativo, a gente afirma tudo o que vem, incluindo aquilo que parece caos. Porque quando não perco tempo ressentida, eu transformo qualquer acontecimento em força criadora. Essa é a clínica da vida. É dança, é invenção, é composição.


    Que o próximo ano te encontre capaz de afirmar todo e qualquer resultado, pra saltar mais longe de você mesmo. Superar nossa condição demasiado humana é um trabalho longo, mas possível. E é por isso que seguimos. Vamo fazer a boa guerra criativa.


    Espero que você chegue forte pro que vier. Algo de uma "segunda temporada" talvez chegue ano que vem. O que você quer ver por aqui? Me manda! Bora juntos!


    Clínica e outras conversas: https://linktr.ee/niilismomiguxo

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    40 分
  • Niilismo Miguxo #9 - Inteligência Não-Artificial: Só a Vida Cria Obras de Arte Reais e Inéditas
    2025/11/27

    Seguimos mergulhando na filosofia da diferença e na potência criativa da vida, aproximando Nietzsche, Spinoza, Bergson, Deleuze e tantas outras forças que nos ajudam a desmontar o sujeito capitalístico que o tecnocolonialismo tenta fixar em nós. A conversa de hoje toca em um tema que está em todos os lugares: a tal “inteligência artificial”, que nem é inteligência e muito menos artificial. E por que isso importa? Porque entender o que é a inteligência real, a inteligência de um corpo vivo, de um ser que percebe, que sente e que cria, é fundamental para não cairmos em ficções tecnológicas que tentam sequestrar nossa própria noção de pensamento.Tudo que vimos até agora, sonhos, inconsciente, ficções científicas, percepções, memórias, aponta para a mesma direção: somos natureza, e não existe separação entre “humanidade” e “mundo natural”. Essa separação é construída, repetida, vendida e atualizada o tempo todo pelo imaginário tecnocapitalista. Só que o pensamento vivo é outra coisa: ele acontece no corpo, na experiência, na implicação que cada um faz entre o que lê, o que vive e o que sente. Não se acumula saber como quem acumula PDFs; acumula-se tempo, camadas de percepção que ampliam nossa capacidade de afetar e ser afetado.E é justamente por isso que faz sentido questionar essas narrativas de “máquinas que vão pensar por nós”, “robôs que vão substituir humanos” ou “algoritmos criativos”. A inteligência é uma construção biológica, histórica, sensório-motora, como Bergson descreve em profundidade em Matéria e Memória. Todo ser vivo percebe, seleciona, conecta lembranças, reorganiza afetos, interpreta situações novas e produz respostas inéditas. Criar não é “responder a um prompt”; criar é deixar que uma impressão nova se desdobre no corpo até virar expressão, palavra, gesto, obra, acontecimento. Essa invenção é sempre singular, porque nasce da memória viva, não de uma associação estatística.Enquanto isso, o que chamamos de “IA” depende de trabalho humano precarizado, de bancos de dados categorizados por milhares de pessoas invisibilizadas. Nenhuma máquina sente, percebe ou sofre esforço interno de intelecção. Elas operam padrões. Nós criamos mundos. Nós nos transformamos. É por isso que a vida cria obras inéditas. E bots não.Se você acompanhou o episódio sobre sonhos, já conhece a ideia de que formamos uma realidade virtual interna a partir da percepção contínua e do movimento da memória. É dessa mistura sensível entre o que vemos agora e o que já vivemos antes que surgem respostas realmente novas, não previsíveis, não calculáveis. E é disso que a filosofia da diferença trata: da potenciação do vivo, da expansão da nossa capacidade de compreender o presente e inventar o futuro a partir de nós mesmos.Então, em vez de colaborar com o abismo do pensamento alimentado pelo tecnocolonialismo, esse hype high-tech que disfarça poder imperial como se fosse inovação neutra, vamos lembrar que somos corpo, carne, osso, desejo, matéria e memória. Somos seres criativos por natureza, como toda a natureza. A criação não vem de fora, não vem da nuvem, nem de datacenters instalados em territórios destruídos. Ela vem do dentro pra fora, do esforço, da fricção, da demora, dessa profundidade interna que nenhum algoritmo possui.Este espaço é um convite para retomar nossa inteligência real, não-artificial: a do animal humano que percebe, sente, imagina, inventa e se conecta com o cosmos inteiro através de suas próprias experiências. Bora fortalecer nossa potência criativa e deixar de alimentar narrativas que empobrecem o pensamento e precarizam vidas. A tecnologia pode ser ferramenta, mas nós somos vida. E só a vida cria o novo.https://linktr.ee/niilismomiguxo

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    32 分
  • Niilismo Miguxo #8 - Sonhos e Imaginação como Força de Criação do Real - Composição Ativa
    2025/11/20

    Sonhos e inconsciente, a natureza em nós como realidade imanente. Migas e migus pré-algorítmicos, seguimos com Nietzsche, Bergson e a filosofia da diferença para ultrapassar o niilismo negativo e chegar naquele ponto em que começamos a criar modos de existência. Mas e os sonhos? E esse inconsciente que parece mágico? Para onde você vai quando dorme?

    Vem daí a ligação entre ficções que prendem o pensamento e essa imaginação que muitas vezes confundimos com realidade. No último vídeo falamos da confusão entre tempo e espaço como se fossem uma coisa só, quando na verdade há duas realidades distintas: a da matéria estática e a da vida em duração. Tudo o que percebemos se acumula na passagem do tempo e faz a gente mudar de natureza. Nada está parado. Os cortes bruscos que parecem surgir do nada são efeitos de mudanças que já estavam acontecendo.

    E então chegamos aos sonhos. O que eles são? O virtual, o inconsciente, essa zona da nossa existência que muitos tratam como sobrenatural. A resposta curta é que nada disso está fora da nossa própria imaginação fixada. Nietzsche, em Humano Demasiado Humano, diz que o sonho foi a origem de toda crença em mundos superiores. A má compreensão do sonho criou a metafísica, essa separação entre um mundo verdadeiro e um mundo sensível que sentimos.

    Nietzsche explica que no sonho continuamos percebendo o corpo. O sistema nervoso segue ativo, órgãos liberam substâncias, sensações continuam chegando. A mente interpreta essas sensações e cria imagens para justificar o que o corpo sente. A lógica do sonho é essa máquina de associações. A inteligência não para. Bergson diz que mesmo adormecido continuamos raciocinando. A mente interpreta sensações captadas no corpo e liga ideias a ideias. Estamos sempre trabalhando por dentro.

    Bergson aprofunda isso falando da diferença entre sonho e vigília, do desinteresse ao dormir e da nossa tendência a preencher lacunas com imagens e lembranças. Nada de misterioso. O sonho é leitura, interpretação, adivinhação. A pergunta é: por que confundimos isso com realidade superior? E por que deixamos essas imagens dominar a vida acordada, como se estivéssemos sonhando mesmo de olhos abertos?

    Quando não prestamos atenção à vida, ficamos presos às crenças, às imaginações, às representações que nos deixam em contradição: sabemos o que queremos e fazemos o contrário. A servidão humana parece imutável, mas é só falta de atenção à vida. Investigar rigorosamente não é virar robô lógico, é selecionar percepções reais em vez de deixar as associações aleatórias virarem verdade.

    Pensar os sonhos com Nietzsche e Bergson é uma forma de quebrar prisões do pensamento. O niilismo não precisa ser negativo. A criação começa quando percebemos como funcionam nossas crenças. A natureza supera a si própria criando diferenças e nós fazemos parte disso. No sonho, é a própria natureza operando em nós. Quando nos conectamos com esse bicho humano que somos, ampliamos nossa capacidade perceptiva e entendemos o inconsciente como parte ativa da vida real.

    No fim, tudo volta para a atenção ao presente, ao corpo, ao campo sensório-motor que é a única realidade que tocamos. O resto é ficção. O sonho nos ensina justamente isso: a vida está acontecendo agora, em duração, e o pensamento pode se libertar quando paramos de confundir nossas imagens com o real.

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