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Niilismo Miguxo #10 - Arte, Vida e Filosofia: Caos e Cosmos + Final de Temporada

Niilismo Miguxo #10 - Arte, Vida e Filosofia: Caos e Cosmos + Final de Temporada

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このコンテンツについて

Migas e migos! Chegamos ao fechamento dessa brincadeira que chamamos de primeira temporada :)


A gente falou muito sobre criar o nosso próprio tempo, esse entretempo que a vida oferece, quando a gente sai do torpor das ficções que nos prendem.


Tempo de perceber nossas forças internas, de fazer da vida um laboratório vivo, sempre em relação com tudo o que existe. Porque na natureza nada está parado, nada é separado, e nós também não.


Só a linguagem, às vezes, cria esse encanto de afastamento, essa ilusão de ordem e caos, como se a realidade precisasse caber nos nossos rótulos.


Quando algo não corresponde ao que eu queria, eu já digo que é negativo, caótico. Mas negativo em relação a quê? Caótico pra quem?


Bergson já falava disso lá na Evolução Criadora. Negar o real não cria nada. E esse é o niilismo que a gente quer superar. Nietzsche também trouxe essa virada: aceitar não é resignar. É afirmar. A afirmação dionisíaca dança no chão que ela mesma cria. Ela sabe que a dor faz parte da vida, e não corre pra anestesia capitalista que transforma tudo em lixo. Ela compõe com a dor, porque dor também é ocasião de invenção.


É disso que falamos quando falamos em criar o real. Sair do hábito, sair do automático. Perceber com mais delicadeza, com mais profundidade. Acessar essas micropercepções que vivem em nós, como pequenos cosmos dentro de cada pessoa. Nosso inconsciente é povoado de infinitas representações, sonhos, lembranças, afetos. Tudo isso se relaciona e faz surgir falas inesperadas, ideias inéditas, intuições rápidas. É vida em criação constante.Se cada um de nós é feito de infinitos cosmos de ideias, por que insistir em ver apenas o cosmos exterior dos livros de ciência?


Étienne Souriau fala que existir é existir de uma certa maneira. Quando encontro a minha maneira de existir, conecto com um modo criativo que não precisa de uma luz externa pra me guiar. Eu passo a compor com o mundo, e não a depender dele pra me dizer quem eu sou.


E é isso que fortalece: a capacidade de selecionar encontros que aumentam nossa potência, como no eterno retorno (sempre seletivo). No niilismo ativo, a gente afirma tudo o que vem, incluindo aquilo que parece caos. Porque quando não perco tempo ressentida, eu transformo qualquer acontecimento em força criadora. Essa é a clínica da vida. É dança, é invenção, é composição.


Que o próximo ano te encontre capaz de afirmar todo e qualquer resultado, pra saltar mais longe de você mesmo. Superar nossa condição demasiado humana é um trabalho longo, mas possível. E é por isso que seguimos. Vamo fazer a boa guerra criativa.


Espero que você chegue forte pro que vier. Algo de uma "segunda temporada" talvez chegue ano que vem. O que você quer ver por aqui? Me manda! Bora juntos!


Clínica e outras conversas: https://linktr.ee/niilismomiguxo

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