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Niilismo Miguxo #9 - Inteligência Não-Artificial: Só a Vida Cria Obras de Arte Reais e Inéditas

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このコンテンツについて

Seguimos mergulhando na filosofia da diferença e na potência criativa da vida, aproximando Nietzsche, Spinoza, Bergson, Deleuze e tantas outras forças que nos ajudam a desmontar o sujeito capitalístico que o tecnocolonialismo tenta fixar em nós. A conversa de hoje toca em um tema que está em todos os lugares: a tal “inteligência artificial”, que nem é inteligência e muito menos artificial. E por que isso importa? Porque entender o que é a inteligência real, a inteligência de um corpo vivo, de um ser que percebe, que sente e que cria, é fundamental para não cairmos em ficções tecnológicas que tentam sequestrar nossa própria noção de pensamento.Tudo que vimos até agora, sonhos, inconsciente, ficções científicas, percepções, memórias, aponta para a mesma direção: somos natureza, e não existe separação entre “humanidade” e “mundo natural”. Essa separação é construída, repetida, vendida e atualizada o tempo todo pelo imaginário tecnocapitalista. Só que o pensamento vivo é outra coisa: ele acontece no corpo, na experiência, na implicação que cada um faz entre o que lê, o que vive e o que sente. Não se acumula saber como quem acumula PDFs; acumula-se tempo, camadas de percepção que ampliam nossa capacidade de afetar e ser afetado.E é justamente por isso que faz sentido questionar essas narrativas de “máquinas que vão pensar por nós”, “robôs que vão substituir humanos” ou “algoritmos criativos”. A inteligência é uma construção biológica, histórica, sensório-motora, como Bergson descreve em profundidade em Matéria e Memória. Todo ser vivo percebe, seleciona, conecta lembranças, reorganiza afetos, interpreta situações novas e produz respostas inéditas. Criar não é “responder a um prompt”; criar é deixar que uma impressão nova se desdobre no corpo até virar expressão, palavra, gesto, obra, acontecimento. Essa invenção é sempre singular, porque nasce da memória viva, não de uma associação estatística.Enquanto isso, o que chamamos de “IA” depende de trabalho humano precarizado, de bancos de dados categorizados por milhares de pessoas invisibilizadas. Nenhuma máquina sente, percebe ou sofre esforço interno de intelecção. Elas operam padrões. Nós criamos mundos. Nós nos transformamos. É por isso que a vida cria obras inéditas. E bots não.Se você acompanhou o episódio sobre sonhos, já conhece a ideia de que formamos uma realidade virtual interna a partir da percepção contínua e do movimento da memória. É dessa mistura sensível entre o que vemos agora e o que já vivemos antes que surgem respostas realmente novas, não previsíveis, não calculáveis. E é disso que a filosofia da diferença trata: da potenciação do vivo, da expansão da nossa capacidade de compreender o presente e inventar o futuro a partir de nós mesmos.Então, em vez de colaborar com o abismo do pensamento alimentado pelo tecnocolonialismo, esse hype high-tech que disfarça poder imperial como se fosse inovação neutra, vamos lembrar que somos corpo, carne, osso, desejo, matéria e memória. Somos seres criativos por natureza, como toda a natureza. A criação não vem de fora, não vem da nuvem, nem de datacenters instalados em territórios destruídos. Ela vem do dentro pra fora, do esforço, da fricção, da demora, dessa profundidade interna que nenhum algoritmo possui.Este espaço é um convite para retomar nossa inteligência real, não-artificial: a do animal humano que percebe, sente, imagina, inventa e se conecta com o cosmos inteiro através de suas próprias experiências. Bora fortalecer nossa potência criativa e deixar de alimentar narrativas que empobrecem o pensamento e precarizam vidas. A tecnologia pode ser ferramenta, mas nós somos vida. E só a vida cria o novo.https://linktr.ee/niilismomiguxo

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