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A Semana na Imprensa

A Semana na Imprensa

著者: RFI Brasil
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このコンテンツについて

Uma leitura dos assuntos que mais interessaram as revistas semanais da França. Os destaques da atualidade do ponto de vista das principais publicações do país.

France Médias Monde
政治・政府
エピソード
  • Crise política na França: imprensa francesa aponta esgotamento do modelo presidencialista
    2025/09/06
    A imprensa francesa aponta para um impasse político profundo na França, marcado pela instabilidade institucional e pela crise de representatividade. Enquanto a revista L’Express destaca a tentativa de Emmanuel Macron de buscar inspiração no modelo parlamentar alemão, a L’Obs analisa os sinais de esgotamento da Quinta República diante da sucessão de governos frágeis e da ausência de maioria parlamentar. Ambas as publicações apontam para a leitura de um sistema político em colapso, onde o presidencialismo centralizador já não responde às exigências de uma sociedade em ebulição. A queda anunciada do governo Bayrou representa mais um capítulo da crise política que se aprofunda na França, segundo análise da revista L’Obs. Em menos de três anos, cinco chefes de governo ocuparam o cargo e foram registradas 110 mudanças ministeriais, lembrando a instabilidade da antiga Quarta República (1946–1958). A ausência de maioria no Parlamento desde as eleições de 2024, somada à pressão social — com protestos organizados por sindicatos e movimentos como “Bloqueemos tudo” — revela um impasse institucional. A crise atual não é apenas política, mas também democrática e social, e levanta a questão: estaríamos diante do esgotamento da Quinta República ou da falência de uma classe dirigente incapaz de reinventar o exercício do poder? Leia tambémCom queda anunciada de primeiro-ministro e pressão das ruas, Macron está cada vez mais isolado Especialistas ouvidos por L’Obs apontam para um descompasso entre a nova configuração parlamentar e a cultura política francesa, ainda marcada pela centralização e pela figura presidencial dominante. Emmanuel Macron, mesmo enfraquecido, resiste à ideia de dissolução ou renúncia, enquanto busca um novo chefe de governo capaz de aprovar o orçamento de 2026. A hiperpresidência, modelo que já não responde às exigências do momento, parece travar qualquer tentativa de mudança. Para alguns analistas, a saída pode estar em olhar para experiências parlamentares de outros países, como a Alemanha ou a Espanha, onde a negociação entre forças políticas é parte essencial do funcionamento democrático. A crise é profunda, mas pode ser uma oportunidade de repensar o regime. "Monárquico" Emmanuel Macron, segundo reportagem da revista L’Express, parece buscar inspiração no modelo alemão de coalizão para enfrentar o impasse político francês. Em declaração publicada em 21 de agosto, o presidente apontou para o sistema parlamentar da Alemanha como exemplo de cooperação entre partidos. No entanto, como destaca L’Express, essa referência entra em choque com o estilo de governo adotado por Macron desde 2017, marcado pela centralização do poder e pela recusa em adotar o voto proporcional. A publicação questiona se o presidente estaria tão acuado a ponto de procurar em Berlim o que não consegue construir em Paris. A revista L’Express traça um paralelo entre os dois sistemas políticos: na Alemanha, os partidos são respeitados, bem estruturados e operam dentro de um sistema que os obriga a formar alianças. Já na França, os partidos vivem em crise de identidade e representatividade, com siglas que mudam com frequência e pouca base social. Leia tambémFim de festa no governo Bayrou: imprensa francesa expõe privilégios e desgaste político A reportagem lembra que Macron, ao fim de seu primeiro mandato, rejeitou a ideia de coalizão e abandonou a proposta de reforma eleitoral. Mesmo após as eleições legislativas de 2024, quando se falou em uma virada parlamentarista, não houve esforço real de negociação entre os atores políticos. Como observa L’Express, Macron foi moldado pela lógica da chamada Quinta República, onde o presidente exerce um papel quase "monárquico". A comparação com o modelo alemão, segundo a revista, revela mais uma contradição do líder francês, que prefere o poder absoluto à construção de consensos. Com a votação decisiva marcada para 8 de setembro, L’Express alerta para o risco de um novo abalo nas instituições francesas — e questiona até quando elas resistirão sem uma reforma profunda.
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  • Ucrânia: jovens tentam ser jovens em um país ameaçado por ataques e drones de Putin
    2025/08/30

    A ausência de uma perspectiva de trégua na guerra iniciada pela Rússia na Ucrânia é abordada pelas principais revistas semanais francesas. A Le Point traz uma reportagem sobre os jovens no Donbas, região oriental da Ucrânia, ameaçada pelo avanço das tropas russas. O embaixador ucraniano na França escreve na L’Express que a ideologia de Vladimir Putin se assemelha ao fascismo de Hitler. Já o ex-presidente do Parlamento Europeu Josep Borrell fala, na Nouvel Obs, sobre a grande incerteza que paira sobre o fim da invasão russa.

    A jovem Arina, de 18 anos, explica ao repórter da Le Point, em pleno verão europeu, que o sol do Donbas é único. O jornalista nota uma ponta de tristeza nos olhos da ucraniana. Como em várias cidades pelo mundo, o shopping é um ponto de encontro — mas do lado de fora, nos bares ao redor, já que o centro comercial está fechado por causa da guerra. A noitada vai só até as nove da noite, como manda o toque de recolher. E nada de álcool, devido à presença de militares estacionados ou de passagem.

    A Ucrânia ainda controla 30% da região de Donetsk e uma ínfima parte de Luhansk. O restante do Donbas está sob controle russo. Droujkivka, uma cidade industrial que já foi próspera na era soviética, está em acelerado declínio devido à guerra. Sua população diminuiu drasticamente, de cerca de 80 mil habitantes nos anos 1980 para menos de 30 mil atualmente. A ameaça russa se aproxima, e os ataques de drones se multiplicam, tornando perigosas as estradas de acesso à cidade.

    Arina estuda em Dnipro, mas voltou a Droujkivka para ajudar o pai a preparar a saída da família da cidade. A maioria dos familiares e amigos já se foi. Arina reflete sobre a possibilidade de esta ser sua última visita à cidade natal, que ela pensava que sempre seria seu lar.

    "Ideologia de Putin é como fascismo de Hitler"

    Em carta aberta publicada na revista L’Express, o embaixador da Ucrânia na França faz um apelo por seu país. Em seu texto, Vadym Omelchenko compara a Rússia de Putin a um "ogro" que ameaça destruir a Ucrânia e expandir-se pela Europa. Ele alerta que a ideologia de Putin é semelhante ao fascismo de Hitler, justificando a violência e a anexação de territórios com mentiras e uma ideologia de ódio. Omelchenko destaca que o fascismo russo está se espalhando pela Europa, criando divisões políticas e alimentando a propaganda russa. Ele pede que os europeus permaneçam vigilantes diante dessa ameaça crescente.

    Em entrevista à revista Nouvel Obs, o socialista Josep Borrell, ex-presidente do Parlamento Europeu, comenta que, apesar dos esforços da Europa para influenciar a posição dos EUA e evitar o pior cenário — como a cessão de territórios ucranianos em negociações entre Trump e Putin — ainda há grande incerteza sobre como acabar com a guerra. O político catalão destaca que Vladimir Putin não interromperá os ataques apenas para agradar ao Ocidente. Além disso, menciona que a cooperação militar com a Ucrânia já não pode mais ser feita no âmbito da União Europeia devido a vetos, como o da Hungria, e que a Europa se vê forçada a comprar dos EUA o que antes recebia gratuitamente, aumentando os custos dessa ajuda.

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  • Putin, Trump e a Europa: o jogo geopolítico que ameaça o futuro do continente
    2025/08/23

    O que pode deter a voracidade imperialista do presidente russo, Vladimir Putin, na Ucrânia e evitar que Moscou arraste a Europa para um longo ciclo de decadência e empobrecimento? Esse difícil enigma é analisado pelas revistas semanais francesas, depois dos encontros ocorridos nos Estados Unidos entre os presidentes Donald Trump, Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin.

    Em seu editorial, a revista Le Point estima que a cúpula entre Trump e Putin no Alasca, apresentada como histórica, terminou com uma vitória diplomática e estratégica do presidente russo. Putin foi reabilitado na cena internacional, apesar de ter iniciado o conflito na Europa e de ter um mandado de prisão internacional emitido contra ele pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra na Ucrânia.

    Trump não impôs novas sanções contra Moscou e parece ter se alinhado às condições russas de uma paz que enfraquece a Ucrânia. Esse estreitamento das relações entre os EUA e a Rússia isola Kiev, fragiliza a Europa e coloca em xeque a credibilidade da Otan diante das ambições imperialistas russas, assinala a publicação.

    Mais grave ainda, o editorial recorda os momentos sombrios de 1938, quando uma concessão feita a Adolf Hitler durante a conferência de Munique, em vez de contê-lo, acabou desencadeando a Segunda Guerra Mundial. A Le Point alerta para os riscos de uma política de apaziguamento semelhante, que ameaça a segurança do continente europeu.

    Três visões de mundo se confrontam em torno da Ucrânia

    Três visões de mundo se confrontam no cenário da guerra na Ucrânia, segundo o analista Frédéric Encel. Em um artigo na revista L'Express, ele mostra que Trump enxerga a política como uma extensão dos negócios, trata aliados como clientes e ignora princípios éticos, históricos e diplomáticos. Já Vladimir Putin age movido por uma ideologia expansionista, buscando restaurar o antigo império russo, com desprezo pela democracia e pela prosperidade econômica. Ambos compartilham uma postura autoritária, viril e avessa ao multilateralismo.

    Enquanto isso, os líderes europeus tentam manter uma abordagem baseada no direito internacional, na diplomacia e na defesa da democracia, mesmo que isso os coloque em desvantagem estratégica. A Europa, embora comprometida com sanções e apoio à Ucrânia, evita o envolvimento militar direto, atuando como quem entra numa disputa com um braço amarrado. Essa diferença de postura entre os três blocos revela o impasse e a complexidade do conflito, cujo desfecho ainda é incerto.

    Na Le Point, o ex-coronel da Marinha francesa Michel Goya defende que a principal garantia de segurança da Ucrânia continua sendo seu próprio exército. Mesmo após o fim da guerra, Kiev deverá manter uma força militar robusta, possivelmente a mais poderosa da Europa, apoiada por uma linha defensiva próxima à fronteira e por forças aliadas internacionais encarregadas de monitorar acordos de paz. Para Goya, a Rússia só respeita a força – não a diplomacia nem o comércio – e só será dissuadida se enfrentar uma barreira militar sólida e pressão econômica máxima.

    Barrigas de aluguel resistem à guerra

    Enquanto especialistas debatem estratégias diplomáticas e militares, a revista Le Nouvel Obs publica uma reportagem em Kiev sobre a questão da barriga de aluguel. Após legalizar esse procedimento em 2002, a Ucrânia se tornou um dos principais destinos para casais europeus com problemas de infertilidade, que recorrem a mulheres ucranianas para realizar o sonho de ter filhos.

    A repórter enviada à capital constata que, apesar dos bombardeios russos diários, a atividade das barrigas de aluguel continua intensa, e pais de todo o continente seguem chegando ao país para acompanhar o nascimento de seus filhos.

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