『A Semana na Imprensa』のカバーアート

A Semana na Imprensa

A Semana na Imprensa

著者: RFI Brasil
無料で聴く

このコンテンツについて

Uma leitura dos assuntos que mais interessaram as revistas semanais da França. Os destaques da atualidade do ponto de vista das principais publicações do país.

France Médias Monde
政治・政府
エピソード
  • França: dilema identitário e polêmica com bandeiras palestinas provoca ruptura entre judeus e esquerda
    2025/11/01
    Nesta edição da resenha semanal da imprensa francesa, Le Nouvel Observateur e L’Express revelam duas fraturas profundas na sociedade francesa atual: o afastamento entre judeus e partidos de esquerda após os ataques do Hamas de 2023, e a crescente tensão em torno da exibição de bandeiras palestinas - e israelenses - em prédios e espaços públicos na França. Os relatos expõem dilemas políticos, identitários e simbólicos que atravessam o país em pleno 2025. Dois anos após os atentados de 7 de outubro de 2023, que reacenderam o conflito Israel-Palestina, judeus franceses que historicamente se identificaram com a esquerda vivem um momento de ruptura. Segundo a revista Le Nouvel Observateur, o mal-estar ficou evidente em um evento na prefeitura de Paris, onde a senadora socialista Laurence Rossignol foi criticada por não endossar o gesto de seu partido de "hastear a bandeira palestina". Rossignol tentou lembrar que a luta contra o antissemitismo sempre foi uma bandeira da esquerda, citando Léon Blum. Mas foi interrompida por vozes da plateia do Parlamento que afirmaram: “Isso é passado!”. Uma participante resumiu o sentimento, entrevistada pelo veículo: “Nós, judeus de esquerda, estamos um pouco órfãos. Pela primeira vez, não sei em quem votar”. A revista destaca que o vínculo histórico entre judeus e esquerda está em crise. O presidente do Crif — Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França —, Yonathan Arfi, afirmou que o ataque do Hamas não foi apenas contra Israel, mas contra os judeus do mundo inteiro. “Nosso cotidiano mudou, vivemos com medo e solidão, e a esquerda não soube ouvir isso.” Para o historiador Jonas Pardo, o antissemitismo na esquerda representa uma "regressão inaceitável". O deputado Boris Vallaud reforçou à reportagem: “Ser socialista é ter o antissemitismo como inimigo”. A revista também ouviu intelectuais e militantes judeus que relatam dilemas íntimos entre identidade, história familiar e engajamento político. O advogado Arié Alimi, próximo da esquerda radical francesa, afirmou que sua militância não compreende "o vínculo entre identidade judaica e Israel". “Esse vínculo é parte da nossa identidade”, disse ele à L'Obs. Alimi estudou em Jerusalém e tem família no país, sublinha a revista. Leia tambémFrança: prefeituras içam bandeiras palestinas ou israelenses, desafiando neutralidade do serviço público Combate identitário Já L’Express aborda a tensão em torno da exibição de bandeiras em espaços públicos e privados. Após os ataques de 2023, algumas prefeituras hastearam a bandeira de Israel; outras, a da Palestina. Ambas as ações foram contestadas judicialmente. Em setembro de 2025, 86 cidades desafiaram a ordem do governo e exibiram a bandeira palestina no dia em que Macron reconheceu o Estado da Palestina. A revista relata o caso de Maria, jovem franco-libanesa que foi pressionada a retirar bandeiras do Líbano e da Palestina de seu apartamento em Paris. “Queria demonstrar apoio às vítimas civis dos bombardeios em Gaza e no sul do Líbano”, disse ela à revista. Segundo o cientista político François Foret, há um “retorno do uso simbólico das bandeiras”, mas a questão Israel-Palestina "é muito mais polarizada que outras". No cotidiano, o uso de bandeiras também gera hostilidade. Em Paris, pichações acusaram um morador de ser ligado ao Hamas. Um comerciante foi ameaçado por exibir uma bandeira israelense em sua loja. Arfi relata que muitos judeus escondem símbolos religiosos ou mudam seus nomes nas caixas de correio para evitar problemas. “Há uma vontade de discrição”, afirmou à L'Express. A revista publica que mesmo os síndicos evitam o tema em "reuniões de condomínio". Um gestor contou à revista que pediu a retirada imediata de uma faixa pró-Gaza em um prédio. “Não podemos correr o risco de conflitos.” Até mesmo a bandeira francesa pode gerar desconforto, em diversoso casos, relata L'Express. Em Plessis-Robinson, uma moradora reclamou da bandeira tricolor nacional. A tensão simbólica revela "feridas profundas e desafios democráticos", conclui o semanário.
    続きを読む 一部表示
    2 分
  • Joias roubadas do museu do Louvre podem ser desmontadas para revenda no mercado clandestino
    2025/10/25

    O roubo cinematográfico das joias da Coroa Francesa no museu do Louvre, em 19 de outubro de 2025, ganha uma grande cobertura na imprensa semanal francesa. As revistas Le Point e Télérama desta semana mergulharam nos aspectos históricos, simbólicos e operacionais do crime, revelando não apenas o que foi levado, mas o que esse ataque representa para a memória nacional e para a segurança dos museus.

    Paris amanheceu tranquila naquele domingo, mas terminou com um dos episódios mais audaciosos da história recente dos museus europeus. Um grupo de quatro homens invadiu a Galeria de Apolo do Louvre, quebrando vitrines e roubando oito joias da Coroa Francesa em apenas sete minutos. A operação, descrita como “cinematográfica” pela revista Le Point, envolveu o uso de serras elétricas e fuga em scooters.

    Segundo Le Point, o furto visou principalmente as joias da imperatriz Eugênia, esposa de Napoleão III. Entre os itens levados estão sua diadema, um broche relicário e um laço de corpete. A coroa, embora danificada, foi abandonada na fuga dos criminosos. A publicação destaca que, ao lado das peças da imperatriz Maria Luísa e da rainha Maria Amélia, o roubo abrange boa parte das joias das soberanas do século XIX, marcando uma perda irreparável para o patrimônio francês.

    A reportagem traça uma linha entre o esplendor do Segundo Império e a ostentação joalheira que marcou o período. Napoleão III, em busca de legitimidade, investiu em joias como forma de rivalizar com a monarquia britânica. Os joalheiros Lemonnier, Bapst e Kramer foram encarregados de criar peças que exaltassem o savoir-faire francês, como o laço de corpete de Eugênia, composto por 4.720 diamantes da Coroa e 70 pedras adicionais.

    Leia tambémApós 'roubo do século', diretora do Louvre quer delegacia no meio do museu mais visitado do mundo

    Alta rastreabilidade

    A Télérama, por sua vez, adota um tom mais crítico e reflexivo. A revista questiona o valor comercial das peças roubadas, destacando que, se os ladrões buscavam lucro, teriam feito melhor em atacar vitrines de grandes joalherias contemporâneas. As joias da Coroa, embora de valor histórico e simbólico inestimável, dificilmente serão revendidas no mercado clandestino — justamente por serem únicas e rastreáveis.

    A historiadora Capucine Juncker, especialista em joalheria, expressa forte preocupação com o destino das joias, em entrevista à Télérama. Para ela, o roubo não parece ter sido encomendado por um colecionador bilionário. Juncker teme que os ladrões desmontem as peças e vendam as pedras separadamente, apagando sua origem e valor patrimonial. “Essas joias não são apenas objetos de luxo. Elas contam a história da França, da Europa e da arte joalheira do século XIX”, afirmou.

    Ambas as revistas convergem em um ponto: o roubo não é apenas um ataque ao patrimônio, mas uma ferida aberta na memória nacional francesa. A Galeria de Apolo, palco do crime, é o mesmo cômodo por onde Eugênia fugiu em 1870, durante a queda do Império, na época em que o Louvre era um palácio. A ironia histórica não passou despercebida pela revista. Como conclui Le Point, “nada se perdia, tudo se transformava. Mas agora, quase tudo se perdeu.”

    続きを読む 一部表示
    2 分
  • Risco de ‘ingovernabilidade’ na França: revistas semanais alertam para ‘implosão’ do sistema político
    2025/10/18

    A crise política francesa atinge novo patamar, segundo as revistas semanais Le Nouvel Obs e Le Point. Para a primeira, a suspensão da reforma da Previdência não basta para sustentar o governo Lecornu 2, que opera sem maioria e sob tensão orçamentária. Já a Le Point defende que Emmanuel Macron antecipe sua saída em 2026, apesar do primeiro-ministro francês ter sobrevivido, na quinta-feira (16), a duas moções de censura no Parlamento, dias após propor a suspensão dessa reforma crucial de Macron.

    A crise política francesa ganhou novos contornos nesta semana, com as revistas Le Nouvel Obs e Le Point apontando o esgotamento do governo Lecornu 2 e o isolamento crescente do presidente Emmanuel Macron. Para os semanários, a "arquitetura do sistema político" do país estaria comprometida, apesar do premiê francês Sébastien Lecornu ter conseguido superar a moção de censura – por apenas 18 votos – na Assembleia Nacional dos deputados.

    Segundo Le Nouvel Obs, “a suspensão da reforma da Previdência, arrancada pelo Partido Socialista, talvez não seja suficiente para manter vivo o frágil governo Lecornu 2”. Sem o respaldo do artigo constitucional 49.3 – que permite aprovar leis sem votação parlamentar – e diante de uma Assembleia fragmentada, o Executivo tenta sobreviver em meio a tensões orçamentárias e disputas ideológicas.

    O chefe de governo anunciou medidas como a tributação de holdings utilizadas por ultrarricos e a suspensão da idade mínima para aposentadoria aos 64 anos até a próxima eleição presidencial. Mas, como alerta Le Nouvel Obs, “todos os temas em pauta; orçamento, taxação dos mais ricos, cortes na seguridade; são inflamáveis”.

    A presidência também enfrenta desgaste. Macron, segundo a mesma revista, “continuou a agir como um presidente todo-poderoso entre 2022 e 2024, mesmo sem ter mais os instrumentos para impor sua vontade — ou seja, a maioria absoluta no Parlamento”. A esquerda, fora do poder há quase uma década, ainda não conseguiu se consolidar como alternativa, e as alianças progressistas se fragmentam diante da ascensão da extrema direita.

    Saída antecipada de Macron?

    Já a revista Le Point vai além e sugere que Macron deveria organizar sua saída antecipada em 2026, um ano antes do final de seu segundo mandato. “O impasse político se tornou perigoso, para a economia e para as instituições”, afirma a publicação. A dificuldade de aprovar o orçamento e a sucessão de sete ministros da Educação em apenas três anos são sinais de um sistema em colapso. E mais: ao longo de seus dois mandatos, Macron nomeou sete primeiros-ministros, "um recorde sob a Quinta República", pontua.

    A revista questiona: “É razoável deixar esse fardo para o próximo presidente? E como fazer campanha nessas condições, apenas para permanecer alguns meses a mais no poder?”.

    Citando o economista francês que acaba de ganhar o Nobel, Philippe Aghion, Le Point propõe: “Se é preciso parar o relógio da reforma, por que não adiantar o da eleição presidencial?” A decisão, como disse De Gaulle após sua renúncia, pode ser “uma boa saída”, relembra Le Point. "Cabe a Emmanuel Macron escolher qual é a melhor para ele, e sobretudo para o país", conclui a revista.

    続きを読む 一部表示
    2 分
まだレビューはありません