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França: dilema identitário e polêmica com bandeiras palestinas provoca ruptura entre judeus e esquerda

França: dilema identitário e polêmica com bandeiras palestinas provoca ruptura entre judeus e esquerda

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Nesta edição da resenha semanal da imprensa francesa, Le Nouvel Observateur e L’Express revelam duas fraturas profundas na sociedade francesa atual: o afastamento entre judeus e partidos de esquerda após os ataques do Hamas de 2023, e a crescente tensão em torno da exibição de bandeiras palestinas - e israelenses - em prédios e espaços públicos na França. Os relatos expõem dilemas políticos, identitários e simbólicos que atravessam o país em pleno 2025. Dois anos após os atentados de 7 de outubro de 2023, que reacenderam o conflito Israel-Palestina, judeus franceses que historicamente se identificaram com a esquerda vivem um momento de ruptura. Segundo a revista Le Nouvel Observateur, o mal-estar ficou evidente em um evento na prefeitura de Paris, onde a senadora socialista Laurence Rossignol foi criticada por não endossar o gesto de seu partido de "hastear a bandeira palestina". Rossignol tentou lembrar que a luta contra o antissemitismo sempre foi uma bandeira da esquerda, citando Léon Blum. Mas foi interrompida por vozes da plateia do Parlamento que afirmaram: “Isso é passado!”. Uma participante resumiu o sentimento, entrevistada pelo veículo: “Nós, judeus de esquerda, estamos um pouco órfãos. Pela primeira vez, não sei em quem votar”. A revista destaca que o vínculo histórico entre judeus e esquerda está em crise. O presidente do Crif — Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França —, Yonathan Arfi, afirmou que o ataque do Hamas não foi apenas contra Israel, mas contra os judeus do mundo inteiro. “Nosso cotidiano mudou, vivemos com medo e solidão, e a esquerda não soube ouvir isso.” Para o historiador Jonas Pardo, o antissemitismo na esquerda representa uma "regressão inaceitável". O deputado Boris Vallaud reforçou à reportagem: “Ser socialista é ter o antissemitismo como inimigo”. A revista também ouviu intelectuais e militantes judeus que relatam dilemas íntimos entre identidade, história familiar e engajamento político. O advogado Arié Alimi, próximo da esquerda radical francesa, afirmou que sua militância não compreende "o vínculo entre identidade judaica e Israel". “Esse vínculo é parte da nossa identidade”, disse ele à L'Obs. Alimi estudou em Jerusalém e tem família no país, sublinha a revista. Leia tambémFrança: prefeituras içam bandeiras palestinas ou israelenses, desafiando neutralidade do serviço público Combate identitário Já L’Express aborda a tensão em torno da exibição de bandeiras em espaços públicos e privados. Após os ataques de 2023, algumas prefeituras hastearam a bandeira de Israel; outras, a da Palestina. Ambas as ações foram contestadas judicialmente. Em setembro de 2025, 86 cidades desafiaram a ordem do governo e exibiram a bandeira palestina no dia em que Macron reconheceu o Estado da Palestina. A revista relata o caso de Maria, jovem franco-libanesa que foi pressionada a retirar bandeiras do Líbano e da Palestina de seu apartamento em Paris. “Queria demonstrar apoio às vítimas civis dos bombardeios em Gaza e no sul do Líbano”, disse ela à revista. Segundo o cientista político François Foret, há um “retorno do uso simbólico das bandeiras”, mas a questão Israel-Palestina "é muito mais polarizada que outras". No cotidiano, o uso de bandeiras também gera hostilidade. Em Paris, pichações acusaram um morador de ser ligado ao Hamas. Um comerciante foi ameaçado por exibir uma bandeira israelense em sua loja. Arfi relata que muitos judeus escondem símbolos religiosos ou mudam seus nomes nas caixas de correio para evitar problemas. “Há uma vontade de discrição”, afirmou à L'Express. A revista publica que mesmo os síndicos evitam o tema em "reuniões de condomínio". Um gestor contou à revista que pediu a retirada imediata de uma faixa pró-Gaza em um prédio. “Não podemos correr o risco de conflitos.” Até mesmo a bandeira francesa pode gerar desconforto, em diversoso casos, relata L'Express. Em Plessis-Robinson, uma moradora reclamou da bandeira tricolor nacional. A tensão simbólica revela "feridas profundas e desafios democráticos", conclui o semanário.
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