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Sozinha de si


著者: Mayra Abbondanza - Ghostwriter
  • サマリー

  • Histórias silenciadas de mulheres despedaçadas, contadas anonimamente, para cuidar de todas de uma vez. Quantas histórias são silenciadas porque não há coragem para contar? Quantas mulheres poderiam estar se apoiando, se soubessem o que estão vivendo? Escrever sobre traumas dá a chance de resignificá-los, dando à história um outro final. Mas como poder contar histórias sem cortes, para construir uma rede de apoio, sem precisar expor nenhuma mulher ou suas famílias? ANONIMAMENTE! O processo é blindado e ninguém saberá quem você é. Mande sua história para mim 📥 ghostwriter@maabbondanza.com
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エピソード
  • #7 - Melhor amigo? -
    2024/05/20

    Era para ser só mais uma festinha adolescente, como tantas na casa do meu melhor amigo, mas o meu maior pesadelo aconteceu.

    Todos começamos a beber, e embora eu não tivesse o costume de beber muito, essa noite eu passei do ponto.

    Nós dois éramos melhores amigos há mais de uma década, e frequentávamos quase todo dia um a casa do outro. Eu considerava ele um irmão.

    Não sei explicar exatamente o que e como mudou, mas naquela noite, a energia e tensão entre nós era outra: tinha se tornado sexual.

    Na metade da festa, nos beijamos e foi ótimo. Mais pro fim da noite, comecei a me sentir zonza, e então decidi ir deitar na cama da mãe dele, já que eu iria dormir lá.

    Acabei tendo o famoso blackout, e apaguei completamente.

    Algumas horas depois, ainda sem muita noção ou lembrança de nada, ele me acorda com um beijo. Eu não estava responsiva, estava entre consciente e inconsciente, e parecia que não tinha controle sobre o meu próprio corpo.

    O consenso, agora nesse estado, não era mais válido. Porém foi assim, quase desacordada, que tive minha primeira experiência sexual.

    Na manhã seguinte acordei e comecei a ficar desesperada conforme as memórias começaram a voltar, e entrava em contato com os flashs da noite passada.

    Fui até o quarto dele e o acordei pra tirar satisfações, e perguntar exatamente o que tinha acontecido.

    "Não quero conversar, vai embora” - disse ele, cheio de culpa, e assim terminou a nossa amizade.

    Eu não somente perdi o meu melhor amigo, como também aprendi o que “medo” realmente significa.

    Quando alguém não está em condições de dar consentimento, qualquer atividade sexual é considerada não consensual e, portanto, violadora.

    O meu consentimento tinha sido suspenso e retirado, mas ele não entendeu, ou mais provável, fingiu não entender.

    Como foi que fiquei sem controle e sem voz? Como fui traída por ele, que eu confiava tanto?

    Que tipo de atitude é essa?

    Se eu pudesse voltar lá eu teria protegido essa adolescente, que, até hoje, tem dificuldade em confiar nos homens.

    #ghostwriter #sozinhadesi #historiasanonimas #rededemulheres #escrita #cura #abuso #vulnerabilidade #generosidade


    Lembrando que o Podcast Sozinha de si é um projeto de acolhimento através de histórias anônimas, manda a sua história pra mim: ghostwriter@maabbondanza.com

    Você também pode me mandar a sua história através de um audio, diretamente por aqui, o link está abaixo.

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  • #6 - Sentir sem eco -
    2024/05/13

    Quando eu tinha por volta de oito anos de idade, eu e os meus irmãos vimos o mar pela primeira vez.

    Nossas viagens em família eram raríssimas, porque para o meu pai não existiam férias.

    Lembro da minha sensação ao ver a imensidão do mar e não ter um adulto com quem dividir o êxtase que senti, embora os meus pais estivessem lá.

    Eles eram tão sem traquejo ou habilidades sentimentais que, mesmo sabendo que não conhecíamos o mar, não conseguiram acolher ou compartilhar das nossas emoções.

    O meu sentir geralmente era solitário, introjetado e vivido em silêncio pelo lado de dentro.

    Meus sentimentos vinham para mim como uma língua diferente, que tentavam sem sucesso emergir dos meus poros, e que eu não conhecia. Eu nunca escutei meus pais falarem sobre a capacidade de sentir. Era algo só meu?

    A minha infância passou por mim sem que eu tivesse tido oportunidade de dominar essa língua estranha, de sensações espontâneas, incontroláveis, de um corpo que fala sem emitir sons.

    A infância e também a adolescência foram marcadas por um sentir incompreendido, sem eco, que não tinha possibilidade de transbordar e ser decodificado. Era um sentir autodidata e ermitão, de uma única sobrevivente de um naufrágio.

    Minha autoimagem era murcha, e não era culpa do espelho. Era interno.

    Eu gostaria de voltar lá e dizer para aquela menina que ela não passaria a vida toda sozinha no seu sentir. Ela aprenderia a amar sua própria companhia e incentivaria outras mulheres a fazerem o mesmo.

    Ela encontraria seus pares, e seriam muitos: amigos, mestres, filhos, netos.

    Ela iria florescer, com muitas flores e frutos!

    #ghostwriter #sozinhadesi #historiasanonimas #rededemulheres #escrita #cura #abuso #vulnerabilidade #generosidade


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    2 分
  • #5 - A fresta -
    2024/05/06

    Entre meus 12 e 16 anos, todos os dias na hora de dormir, começava o meu pavor. Ainda que não fosse ao meu quarto naquela noite, eu antecipava o medo que poderia me congelar novamente.

    Eu dormi terrivelmente mal por 4 anos. Eu morava com o inimigo, e ninguém sabia.

    Acordava várias vezes durante a noite, pois a qualquer momento poderia acontecer a fresta.

    A fresta da porta, que ele abria silenciosamente, e aquele maldito faixo de luz amarela, que junto com ele invadiam o meu quarto.

    Houve algo perversamente terno, e essa delicadeza só aumentava as minhas dúvidas.

    Eu fingia dormir, para ver se ele desistia, mas ele me tocava até eu acordar. Muito delicadamente. Em câmera lenta. Por cima da roupa. De um corpo virgem e em transformação, de 12 anos da sua própria filha.

    Quando eu via a fresta se abrindo, eu me perguntava: Minha camisola está cobrindo tudo? Finjo que estou dormindo ou me cubro mais?

    Ele sentava na cama, e eu ficava completamente imobilizada, já sabendo o que ia acontecer. Eu sentia PAVOR, e desejava desesperadamente que ele não viesse.

    Ele nunca foi bruto, mas eu me sentia sem poder. Eu ficava paralisada, não me mexia, não fazia barulho, não falava, ficava absolutamente petrificada. Ele não ficava muito tempo, e nunca deitou.

    No começo eu tive muitas dúvidas.

    O que está acontecendo? Por que acontece? Pode?

    Eu que provocava aquele absurdo? Posso gritar, será? O que aconteceria?

    Será que eu seria injusta se reclamasse de tanto carinho e atenção?

    Eu queria poder voltar lá e abraçar aquela adolescente. Eu gostaria de acreditar que voltar lá, fazer um cafuné e dizer pra ela dormir tranquila, seria suficiente. Mas não sou eu que volto. É ela que vem comigo e me acompanha até hoje.

    É um óculos através do qual a gente olha a vida juntas.

    Não tem futuro que não tenha esse passado, e o que me move pra frente é saber que eu nunca abandonei ela e nem ela a mim.
    #ghostwriter #sozinhadesi #historiasanonimas #rededemulheres #escrita #cura #abuso #vulnerabilidade #generosidade

    Lembrando que o Podcast Sozinha de si é um projeto de acolhimento através de histórias anônimas, manda a sua história pra mim: ghostwriter@maabbondanza.com

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    3 分

あらすじ・解説

Histórias silenciadas de mulheres despedaçadas, contadas anonimamente, para cuidar de todas de uma vez. Quantas histórias são silenciadas porque não há coragem para contar? Quantas mulheres poderiam estar se apoiando, se soubessem o que estão vivendo? Escrever sobre traumas dá a chance de resignificá-los, dando à história um outro final. Mas como poder contar histórias sem cortes, para construir uma rede de apoio, sem precisar expor nenhuma mulher ou suas famílias? ANONIMAMENTE! O processo é blindado e ninguém saberá quem você é. Mande sua história para mim 📥 ghostwriter@maabbondanza.com
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