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Rendez-vous cultural

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著者: RFI Brasil
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このコンテンツについて

Reportagens sobre exposições, concertos e espetáculos na França. Destaque para os artistas brasileiros e suas criações apresentadas na Europa. Na literatura, lançamentos e as principais feiras de livros do mundo.

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アート
エピソード
  • Astérix e Obélix em Portugal: 41º álbum exporta crítica social, humor e bacalhau em 19 línguas e 25 países
    2025/10/31
    A dupla Astérix e Obélix desembarca em Portugal no 41º álbum da série mais lida da história dos quadrinhos franceses. Com roteiro de Fabcaro e desenhos de Didier Conrad, a aventura lusitana mistura humor, crítica social e uma homenagem ao herói Viriato, símbolo da resistência contra Roma. Os autores falaram à RFI sobre bastidores, criação e o fenômeno cultural dos "irredutíveis gauleses" que atravessa gerações em todo o planeta. A aventura portuguesa foi traduzida para 19 línguas e dialetos. Astérix e Obélix estão de malas prontas para sua 25ª viagem e o destino da vez é a Lusitânia, atual Portugal. O 41º álbum da série, com tiragem inicial de 5 milhões de exemplares, marca a estreia dos gauleses em terras lusitanas. O roteiro é assinado por Fabcaro (Fabrice Caro), em sua segunda participação na franquia, e os desenhos são de Didier Conrad, veterano que já soma sete álbuns da saga. A escolha de Portugal não foi aleatória. “Eles já viajaram bastante, e percebi que nunca tinham ido à Lusitânia. Logisticamente, faz sentido: é perto da Gália, da Bretanha. Propus ao editor e ele disse: ‘Vai fundo, essa ideia está circulando há tempos, mas ninguém quis ainda encampar’”, conta Fabcaro. Para Didier Conrad, a ambientação exigiu pesquisa e sensibilidade. “Já tinha estado lá [em Portugal], molhado os pés daquele lado do Atlântico. É um lugar que vi e senti. Depois, é só trabalhar”, diz, com a leveza de quem domina o traço, mas reconhece o peso da responsabilidade. Astérix como "jazz": variações sobre temas A criação de um novo álbum exige respeito à tradição e inovação constante. “Há passagens obrigatórias que o leitor espera. Mesmo as ideias novas precisam manter uma continuidade. Os romanos apanham, mas não pode ser a mesma briga da última vez”, explica Conrad. “É como jazz: variações sobre temas que as pessoas adoram.” O vilão da vez é Pirespèce ("da pior espécie", em tradução livre), um lusitano ardiloso, herdeiro da traição que marcou a história de Viriato, um líder militar lusitano do século II a.C., pastor de origem humilde que uniu tribos ibéricas contra a ocupação romana. Traído por aliados, foi assassinado em 139 a.C. e permanece como herói nacional em Portugal. “Imaginei que Pirespèce fosse descendente dos traidores de Viriato. Um personagem mais traiçoeiro do que malvado”, diz Fabcaro. “Didier o desenhou com um ar dissimulado, perverso.” "Goscinny e Uderzo criaram personagens que são geniais", diz o roteirista. "Eu não sinto que estou trabalhando. Eu não deveria dizer isso, porque senão eles não vão me pagar [risos]. Eu sou como uma criança que recebe brinquedos de luxo e dizem: 'agora divirta-se'", brinca Fabcaro. Leia tambémNovo inimigo de Asterix é um filósofo romano inspirado no escritor brasileiro Paulo Coelho Quadrinhos que falam do presente com roupagem de passado O sucesso de Astérix, segundo os autores, está na capacidade de preencher um vazio simbólico. “Não temos uma imagem clara da nossa antiguidade. Astérix preenche esse espaço de forma divertida e confortável. É uma origem que dá prazer de lembrar”, reflete Fabcaro. Além disso, os álbuns funcionam como retratos da época em que são lançados. “Sob o disfarce da antiguidade, falamos de temas contemporâneos. Neste, temos dois gauleses velhos que reclamam da reforma da previdência. São verdadeiros gauleses”, brinca o roteirista. A viagem à Lusitânia também permite uma crítica bem-humorada ao comportamento dos turistas franceses. “A figura do francês no exterior me fascina. Somos horríveis como turistas. Quis mostrar dois gauleses de férias reclamando de tudo, inclusive porque não se fala francês fora da França”, ironiza Fabcaro. Obélix, por exemplo, não se adapta à gastronomia local. “Está no país do bacalhau, mas sente falta dos javalis”, ri Conrad. Leia tambémNova edição de Asterix tem heroína adolescente rebelde que lembra Greta Thunberg O futuro da série Apesar do sucesso estrondoso — mais de 400 milhões de álbuns vendidos desde 1959 —, os autores preferem não pensar nisso durante a criação. “Se pensarmos na máquina que é Astérix, ficamos paralisados. Eu entro na minha bolha e sigo”, diz Fabcaro. Sobre o futuro, ambos mantêm os pés no chão. “É um livro por vez. Nunca sei o que vai acontecer depois”, afirma o roteirista. “Provavelmente será o último, mas podemos continuar”, pondera Conrad. Enquanto isso, os leitores brasileiros podem se preparar para mais uma aventura dos gauleses, agora com sabor de bacalhau, sotaque lusitano e a garantia de muitas risadas, à la française. Leia tambémMorre aos 92 anos o quadrinista Uderzo, criador do "Asterix" Recepção ambivalente em Portugal A chegada de Astérix na Lusitânia ao mercado português, em 23 de outubro, gerou reações contraditórias na imprensa local, como destacou o ...
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  • Paris: design brasileiro se destaca em salão que cria uma 'Embaixada do Futuro' sustentável
    2025/10/24

    O Estúdio Rain, de São Paulo, é o único escritório brasileiro convidado a participar do salão Les Nouveaux Ensembliers (os novos designers), evento realizado em Paris para celebrar o centenário da Exposição Internacional de Artes Decorativas de 1925, que consagrou o movimento Art Déco.

    Patrícia Moribe, em Paris

    O evento, que acontece na histórica tapeçaria Manufacture des Gobelins, é organizado pela recém-criada instituição Manufactures Nationales (manufaturas nacionais), que reúne a cerâmica de Sèvres e o Mobilier National, dedicado à preservação de técnicas tradicionais e do mobiliário histórico do país.

    A edição deste ano tem como tema “A Embaixada do Futuro”, com o desafio de repensar os espaços diplomáticos sob a ótica dos designers contemporâneos, utilizando materiais sustentáveis. Uma comissão selecionou dez escritórios – nove franceses e um brasileiro – para repensar cada cômodo de uma embaixada moderna, revisitando o espírito da exposição de 1925, com uma nova tradução contemporânea.

    O Estúdio Rain, fundado por Ricardo Innecco e Mariana Ramos, foi selecionado para representar o Brasil por um comitê composto por 19 membros. O estúdio foi encarregado de projetar o hall de entrada da exposição.

    Inspirado pelos palácios governamentais de Brasília, cidade natal de Innecco e Ramos, o projeto se distanciou da ideia de recepção fria e impessoal. “O hall foi projetado para que as pessoas se sintam acolhidas, com elementos que as façam refletir enquanto esperam”, explica Ricardo Innecco.

    Mamona e Chanel

    O projeto do Estúdio Rain também destacou a importância do "savoir-faire", a "expertise" artesanal. A pesquisa do estúdio em biomateriais foi essencial para a criação de peças inovadoras, como luminárias e o portal, feitos com biorresina à base de óleo de mamona – um material sustentável desenvolvido ao longo de cinco anos.

    O estúdio também fez parceria com o Studio MTX, da Chanel, que criou um painel de "bordado arquitetônico", como explica Innecco, com 12.000 tubos de metal e 7.000 sementes de feijão beiçudo (não comestível), gerando um contraste entre o industrial e o natural. Outras colaborações incluíram a Marchetaria do Acre, que produziu um armário que evoca a história do pau-brasil, e a Móveis Amazônia, que criou poltronas feitas de junco.

    Além do hall de entrada projetado pelo escritório brasileiro, a "Embaixada do Amanhã" inclui outros espaços revisitados, como o escritório do embaixador, a sala de jantar, o bar, a cozinha de recepção, o dormitório do presidente e uma área de relaxamento.

    O salão busca, com essas múltiplas linguagens e refinamento, equilibrar tradição e modernidade, mostrando que a figura do ensemblier – ou designer, aquele que dá coesão ao conjunto – continua essencial para refletir a cultura francesa e seus valores, acoplando sustentabilidade e "savoir-faire".

    O salão dos Novos Designers (Les Nouveaux Ensembliers) segue até 2 de novembro, na Manufacture des Gobelins, no 13° distrito de Paris.

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  • Balé da Cidade de São Paulo apresenta coreografias de Rafaela Sahyoun e Alejandro Ahmed na França
    2025/09/30

    O Balé da Cidade de São Paulo realiza uma turnê na França, com apresentações em cinco cidades. Após lotar o Théâtre de la Ville de Paris, a companhia segue viagem pelo interior francês.

    O público da França tem a chance de conhecer a potência técnica e artística do corpo de baile do Theatro Municipal de São Paulo por meio de Fôlego e Boca Abissal, criações de Rafaela Sahyoun. Em Lyon, o repertório se amplia com Requiem SP, de Alejandro Ahmed, que assumiu a direção artística do grupo em julho de 2023.

    Antes dessa temporada com o balé paulistano, Ahmed participou da Bienal de Dança de Lyon, de 6 a 28 de setembro, com sua companhia Cena 11. Para o coreógrafo, a França é um espaço que valoriza “a complexidade do pensamento e a abertura para um diálogo honesto e vigoroso”.

    “Estamos em um teatro de enorme relevância, com a possibilidade de dar voz e refletir sobre este modo de pensar um Brasil atualizado, questionado e aberto a transformações”, afirmou Ahmed à RFI, em Paris, durante o ensaio no Théâtre de la Ville, antes das apresentações que aconteceram entre os dias 23 e 27 de setembro.

    Foi a primeira vez em três décadas que a prestigiada casa parisiense, considerada a meca da dança contemporânea, incluiu uma companhia brasileira em sua programação principal.

    “Estarmos aqui, a convite do Théâtre de la Ville, para compartilhar modos de pensamento próprios do Brasil, representa um espaço de diálogo e de troca de saberes extremamente potente”, acrescentou o diretor.

    Intensidade e vigor

    Fôlego e Boca Abissal se destacam pela força musical e pela expressividade coreográfica.

    Com trilha hipnótica de The Field, projeto do produtor sueco Axel Willner, Fôlego reúne 16 bailarinos em cena.

    “Começamos em 2022, ainda sob o impacto da pandemia, diante da cratera que ela deixou no mundo. Naquele momento, me senti desafiada a pensar a dança na urgência do encontro”, recorda Sahyoun.

    “Quis criar estruturas cênicas que, mais do que simbólicas, aproximassem os intérpretes pela própria composição. Fôlego fala de apoio, de um estar junto não romantizado, mas nascido da resistência — e talvez mais ainda da insistência. Uma das questões que coloco é: como encontramos nossa força a partir do outro?”, explica.

    Atuando entre Brasil e Europa, a coreógrafa também compartilhou suas expectativas para a temporada francesa:

    “Espero que possamos ativar as presenças em tempo real, deixar os celulares de lado e nos encontrar — público e cena. Desejo um campo de acontecimento, um encontro em que a própria obra seja praticada no instante da apresentação.”

    A turnê integra a programação oficial da Temporada do Brasil na França. Depois de Paris e Arcachon, em setembro, o balé segue para Clermont-Ferrand (2 e 3 de outubro), Annemasse (8 e 9 de outubro) e Lyon, onde se apresenta na Maison de la Danse, de 14 a 18 de outubro.

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