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RFI Convida

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著者: RFI Brasil
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このコンテンツについて

Entrevistas diárias com pessoas de todas as áreas. Artistas, cientistas, professores, economistas, analistas ou personalidades políticas que vivem na França ou estão de passagem por aqui, são convidadas para falar sobre seus projetos e realizações. A conversa é filmada e o vídeo pode ser visto no nosso site.France Médias Monde 社会科学
エピソード
  • Jau celebra retorno a Paris na Lavagem da Madeleine ao lado do Olodum
    2025/09/12

    A Lavagem da Igreja de la Madeleine, a maior festa popular afro-brasileira de Paris, acontece no próximo domingo (14). Neste ano em que a França e o Brasil comemoram 200 anos de relações diplomáticas, o cortejo de blocos de percussão e baianas será puxado pelo Olodum e terá participação do cantor baiano Jau.

    O reencontro de Jau com o Olodum na festa popular ganha contornos ainda mais simbólicos, pois foi com o grupo que ele iniciou sua trajetória musical.

    “Eu comecei minha carreira no Olodum, já viajei o mundo inteiro com eles. Ter a oportunidade de dividir o palco da Madeleine com o Olodum é sensacional. Estou em casa, com os amigos, com a banda que é o meu útero e que me pariu”, afirmou o cantor em entrevista à RFI.

    Nesta 27⁠ª edição da Lavagem de la Madeleine, Jau será acompanhado por uma banda base de cerca de oito músicos, que também tocarão com outros artistas convidados, como Armandinho Macêdo e Robertinho. Segundo ele, tudo está ensaiado e preparado para uma apresentação vibrante: “Está tudo muito lindo para a gente fazer uma entrega maravilhosa.”

    Mais do que uma performance musical, a Lavagem da Igreja de la Madeleine representa, para Jau, uma oportunidade de diálogo cultural. Ele destaca a abertura da França à cultura afro-brasileira, afro-baiana e a muitos países do continente africano, como Senegal e Costa do Marfim.

    “A França talvez seja o país europeu que mais abre as portas para a cultura afro. Não só a afro-brasileira, mas também uma abertura gigante para a cultura dos países africanos. A França talvez seja o país europeu que mais abra as portas para essa cultura afro-mundial”, afirma.

    Após a apresentação em Paris, Jau segue para Lisboa, onde participa de outro evento cultural, antes de retornar ao Brasil. Lá, ele continua envolvido em projetos como o “Pôr do Jau”, que percorre o país com shows ao pôr do sol, e gravações audiovisuais no Pelourinho, exaltando a beleza e a força da música baiana.

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  • ONU aos 80 anos: encruzilhada entre relevância global e soberania nacional
    2025/09/09

    A Organização das Nações Unidas (ONU) vive um momento crítico em sua trajetória. Ao completar 80 anos, a instituição enfrenta uma crise multifacetada que envolve desafios financeiros, estruturais e de identidade. Segundo a professora Tânia Mansur, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, o programa de reformas internas da ONU representa uma “tarefa bastante complexa”.

    Patrícia Moribe, em Paris

    Para enfrentar esses desafios, a ONU lançou a iniciativa "ONU80", um ambicioso programa de reformas com o objetivo de racionalizar suas operações, ampliar seu impacto e reafirmar sua relevância em um mundo em constante transformação.

    A professora da UnB identifica um "momento de virada" para a organização, especialmente desde a década de 1990, que exige uma redefinição de seus papéis. Isso levanta questões importantes, como “qual será a participação do Brasil nesse novo contexto?” e “qual o futuro das Nações Unidas?”.

    Além dos desafios políticos e conceituais, a ONU enfrenta uma grave crise financeira e estrutural. Em 2024, a instituição registrou um déficit orçamentário de US$ 859 milhões, com apenas 112 dos 193 países-membros em dia com suas contribuições – incluindo a inadimplência dos Estados Unidos, seu maior financiador histórico. Diante desse cenário, o secretário-geral António Guterres foi obrigado a congelar contratações e adotar medidas rigorosas de contenção de gastos.

    Tarefa complexa

    Para Mansur, reformar a ONU é uma tarefa complexa, pois exigiria a anuência de atores com interesses profundamente divergentes – algumas vezes “inimigos viscerais” –​​​​​,​​ o que levanta dúvidas sobre a viabilidade técnica dessas negociações. Ela ressalta que a ONU é uma estrutura gigantesca, com 15 agências especializadas, além de diversos programas, fundos e escritórios, o que torna difícil imaginar soluções simples. Segundo ela, é necessário mais “clareza”, “responsabilização” (accountability) e “agilidade no processo decisório”.

    A iniciativa "ONU80" busca justamente esses objetivos: melhorar a eficiência interna, revisar mandatos e promover mudanças estruturais. No entanto, essas propostas têm gerado preocupações internas. Estimativas não oficiais apontam para a possível eliminação de cerca de 2.000 funcionários em Genebra e até 7.000 no secretariado global. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), por exemplo, já confirmou o corte de 3.500 postos de trabalho em todo o mundo.

    Para o governo brasileiro, segundo Mansur, as soluções passam pela “negociação” e por uma “mudança na visão do que é o poder mundial”. Ela também destaca que, historicamente, ações de “solidariedade” e “ajuda humanitária” nas relações internacionais carregam elementos de influência estratégica (soft power) e interesses específicos, nem sempre motivados apenas por altruísmo. Essa compreensão exige atenção especial aos modelos e formatos de atuação da ONU, para garantir que a organização continue relevante e eficaz.

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  • Lavagem da Madeleine 2025: Paris se rende à força da cultura afro-brasileira
    2025/09/09

    Entre os dias 9 e 14 de setembro, Paris será tomada pelo espírito da Bahia. A 24ª edição da Lavagem da Madeleine, criada pelo artista baiano Roberto Chaves, promete ser a maior já realizada na capital francesa. Mais do que um ritual, o evento é uma celebração da ancestralidade, da fé e da inclusão – e este ano, ganha ainda mais força por integrar as comemorações dos 200 anos das relações diplomáticas entre Brasil e França.

    A força da batida do Olodum, liderado pelo cantor e compositor Jau, animará o cortejo no domingo. “Essa edição é especial porque a Lavagem foi colocada como carro-chefe da programação oficial do ano do Brasil na França. A França inteira está sabendo que a gente existe”, comemora Chaves, conhecido carinhosamente como Robertinho.

    Apesar de ocorrer em um país laico, o ritual da lavagem das escadarias da Igreja da Madeleine, no 8° distrito de Paris, tem conquistado os parisienses. “Os franceses vão pela cultura, pela alegria, mas muitos também vão pela fé. Já ouvi histórias de cura, de encontros, até de casamentos que nasceram ali”, conta o artista.

    A cerimônia mistura elementos do candomblé e do catolicismo, com baianas jogando água de cheiro e fiéis abraçando o padre e o pai de santo. “Cada um interpreta à sua maneira. Uns veem Santa Madalena, outros os orixás. O importante é que a fé move montanhas”, diz Chaves.

    A programação começa nesta terça-feira (9), com uma cerimônia fechada ao público na Embaixada do Brasil. O momento será dedicado à entrega de medalhas e honrarias a voluntários, empresários e instituições que, ao longo dos anos, contribuíram para a realização da Lavagem – muitas vezes sem contar tempo, esforço ou recursos. “São pessoas que carregam esse evento nas costas. É justo que recebam esse reconhecimento”, diz o artista.

    Cultura e resistência

    A Lavagem também assume seu papel pedagógico com um colóquio universitário sobre os afro-atlânticos, o patrimônio imaterial e a ancestralidade como eixo de resistência no anfiteatro da Universidade Nouvelle Sorbonne, na quarta-feira (10). A proposta, segundo Chaves, é reafirmar que o evento não se resume à festa: “A Lavagem é uma manifestação cultural pela paz, pela reparação, pela inclusão. Não é Carnaval de rua.”

    No dia 11, o escritor Antônio Cansado lança seu livro “O Menino que Sonhava com Pão de Queijo”, celebrando a força da narrativa pessoal como instrumento de resistência e identidade. Já no dia 12, o palco será do músico Armandinho Macedo, filho do idealizador do trio elétrico e da guitarra baiana. Em apresentação no Bellucci’s Bar, ele representa, segundo Chaves, “a alma do Carnaval da Bahia, a revolução sonora que mudou o Brasil”.

    No sábado (13), estão previstas oficinas gratuitas de samba, lambada e samba-reggae. Os workshops, já lotados, funcionam como aquecimento para o cortejo, conectando corpo e espírito à vibração brasileira. “É o esquenta da alma”, resume Chaves.

    O ápice da celebração acontece no domingo (14). Às 10h, o público se reunirá na Praça da República, em Paris. "Todos vestidos de branco, em um gesto simbólico pela paz mundial", destaca. A concentração será animada por um DJ brasileiro e pela banda de Robertinho, culminando com a chegada triunfal do grupo Olodum, liderado por Jau. “É o grupo mais mediatizado da cultura afro no mundo. Recebê-los é um gesto de respeito à nossa história”, ressalta.

    Apoteose e homenagens

    Às 11h, o animado cortejo, embalado pelos ritmos das batucadas e maracatus, a ginga da capoeira e a ala das baianas, seguirá em direção à Igreja da Madeleine. O ritual na escadaria da igreja será celebrado pelo padre da paróquia e o babalorixá Pai Pote, do terreiro Ilê Axé Ojú Onirê de Santo Amaro da Purificação. “A Lavagem é isso: um gesto de amor, de tolerância, de aceitação das diferenças”, enfatiza o baiano radicado na França.

    Na porta da igreja, duas mulheres serão homenageadas: a jornalista negra Wanda Chase, responsável por divulgar o evento no Brasil, e a cantora Preta Gil, primeira madrinha da Lavagem, ambas falecidas em 2024. “Elas deixaram um legado muito importante que não será esquecido. Vamos cantar por elas”, promete Chaves.

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