• Shantall - 07 - A menina que fala pelos cotovelos - Changelings
    2025/05/23

    O bom de ter um audio blog, ou um diário, qualquer registro de muitos anos atrás, me dá a chance de revisitar determinados momentos e perceber o que mudou, o que não mudou, o que deveria ter mudado, e o que ninguém deveria ter tido a chance de tocar.

    Perceber que existem coisas, situações e pessoas que, quando identificamos o tipo de pessoa que é, devemos manter uma distância segura.

    Muito da minha doçura virou rapadura… xD Eu sempre disse que eu sou doce que nem pudim, mas igual pudim eu azedo fácil, mas agora eu nem azedo, eu açucarei… agora sou doce que nem rapadura… que é sabido e notório que não é mole, não… Publicando quase 10 dias depois de ter gravado, eu nem sei o porquê… só aconteceu… Gravo quase todo dia, mas a preguiça de publicar é complicado… a preguiça complica todos os âmbitos.

    O ruim de ter audios antigos, é que faz com que ao encarar aquela pessoa lá atrás, eu perceba que algumas coisas tiveram que acontecer, porque existe uma pessoa ali que merece tal reverência… não importa o quão catastrófico pareça. Tenho algo mais precioso pra proteger.

    Todos temos. Talvez todo mundo deva, de vez em quando, parar, se encarar lá atrás e lembrar de alguma coisa que não deveríamos ter esquecido. O glamour, e a luta incessante contra a banalidade. É isso, bjuzz e ateh!Sh.



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    27 分
  • Shantall - A menina que fala pelos cotovelos há 20 anos - Arquivo 2006 - Eu Miró, Peggy Lee e Benny Goodman
    2025/05/13

    Talve eu possa chamar isso de um P.S. bem grandão!

    A Banalidade se infiltrou em mim como névoa silenciosa, não vem com alarde, mas se acumula nas pequenas desistências, a partir do ataque brutal de um humano de merda.

    Um comentário ácido aqui, uma rotina sem sentido ali, o peso do olhar alheio que não vê nada além da matéria. De repente, entorpecida. Meus sentidos já não vibram, só adormeço. O Glamour some dos meus dedos como água por entre as fendas de um copo trincado, preciso do ouro mais puro para com uma filigrana transformar em algo que proteja essa essência novamente.

    Pra me curar disso, preciso antes reconhecer os venenos. Ambientes excessivamente racionais, burocráticos, onde apenas as coisas mensuráves parecem valer, isso me adoece, me adoeceu, aliás. Gente cética, que ri da beleza, que reduz tudo à lógica, que precisa de comprovação pra acreditar no invisível, essas presenças puxam meu espírito pra baixo, como areia movediça. Por isso, me afasto. É mera questão de sobrevivência.

    Agora me vejo buscando o Glamour onde ele ainda mora, na arte. Me deixo tocar pela arte viva, não pela arte mercado. Me exponho ao encantamento verdadeiro. E mesmo que brevemente, vejo minha essência volta a pulsar. Fraca, como uma centelha que precisa que alguém a assopre.

    Quando isso não basta, mergulho no Sonhar. É lá que a lógica humana não tem domínio. Me perco em florestas feitas de som, montada em quimeras que choram saudades, e luto contra sombras que vestem terno e falam com voz monocórdica. O próprio ato de atravessar as paisagens do Sonhar, de viver uma narrativa que desafia o real, dissolve o acúmulo de cinza que a Banalidade forma ao meu redor. Contaminada. Tem uma imagem do jogo Sky, onde moro algumas vezes por dia, que exemplifica bem isso.

    Mudo também de companhia. Não dá pra permanecer ao lado de quem só acredita no que pode ser medido. Gente assim me desconecta. Prefiro os que ainda têm olhos de espanto, gente de verdade, apaixonados. Me alimento da presença deles. São como portais vivos pro Sonhar.

    Encanto mortais, às vezes, compartilho a beleza sem medo, ela se expande. Um humano encantado passa a ver o mundo com outros olhos, e nesse reflexo, eu também me enxergo de novo. É uma troca. Uma cura mútua acho. Quer coisa mais fofa que poder indicar uma música, um livro, um poema, mostrar um quadro bonito de um artista que passou batido pela história?

    E quando tudo está difícil, crio. Faço arte, escrevo, danço sozinha… existo sem platéia como quem planta sem querer colher. Ato profundamente alinhado ao meu Legado, que me move, que me define além das formas. Viver meu Legado é como reacender uma vela dentro do peito, como no Sky, sempre o Sky. Cada gesto sincero, cada ato com alma, dissolve um pouco da rigidez que tenta me fagocitar. É o eterno lutar contra a escuridão que cai como fragmentos do Éden.

    E assim vou me reconstituindo. Não com antídotos prontos, mas com pequenas fagulhas que reacendem o Sonhar dentro de mim. Porque a Banalidade não morre de enfrentamento, ela morre de poesia, de presença, de encantamento vivido com verdade.

    … se eu desaparecer, bata palmas e diga que acredita… talvez eu lembre que eu acredito também.



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    8 分
  • Shantall - 06 - A menina que fala pelos cotovelos - Eu, Onironauta... Sonhos lúcidos, tempo, consciência.
    2025/05/01

    Eu tenho sonhos lúcidos, paralisia do sono, experiências oníricas, algumas espirituais, outras de consciência… e falo hoje sobre alguma delas….Não esqueçam que esse é um relato pessoal, apenas, não to aqui pra influenciar ninguém, sou uma desinfluencer, quero que todo mundo se desinfluenciem...Não estou aqui pra convencer ninguém, de nada, apenas relatando do meu jeito torto…



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    41 分
  • Shantall - A menina que fala pelos cotovelos há 20 anos - Arquivo 2006 - A doce aventura de morar sozinho
    2025/04/28



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    15 分
  • O Urso
    2025/04/28

    O primeiro entardecer tristonho que tive se deu por causa de um urso laranja, de pelúcia vagabunda, com uma gravata xadrez horrível, recheado mal e porcamente com bolinhas de isopor que faziam um barulho irritante.

    Eu estava sentada em frente à minha casa, com um vestido amarelo terrível, que ia até o meio das canelas, com um par de sandálias Ortopé que já estavam pequenas e faziam com que meus dedos quase tocassem o chão, usando um relóginho de plástico ordinário, e junto do tal urso. O maldito urso laranja de pelúcia vagabunda com uma gravata xadrez horrível.

    Todo fim de tarde, quando eu escutava o barulho da matraca do vendedor de biju se aproximando, eu me sentava no degrauzinho lá da árinha da frente da minha casa.

    Sem pedir e nem nada, uma menina que estava passando se sentou ao meu lado.Aquilo da gente nem se conhecer e ela ter apenas se sentado, seria um transtorno hoje em dia.Mas a infância tinha daquelas facilidades. “Quer ser minha amiga?”E já era!Qualquer coisa pra ser, já era.

    A menina, que tinha cara de porquinho-da-índia, por causa dos incisivos finos e compridos, elogiou meu urso… Aquele urso laranja de pelúcia vagabunda com uma gravata xadrez horrível, e me pediu para pegá-lo. E eu, boazinha como sempre fui, e trouxa como nunca deixei de ser, deixei, claro!

    Conversamos durante algum tempo, talvez nem tenha passado de cinco minutos, mas lembrando agora, parece ter sido muito, muito tempo. Até que ela apontou para onde morava. Do outro lado da rua, na quadra ao lado, numa casa de grandes janelas de madeira e cheia de ornamentos. Ela me pediu para levar o urso para a casa dela, e eu? Deixei… Claro!

    Ela disse que no dia seguinte, às seis horas da tarde, me traria o urso de volta. Eu disse para ela que não sabia ver horas no meu relóginho de plástico ordinário, e ela me mostrou onde os ponteirinhos estariam, quando fosse seis horas.

    Aos cinco anos de idade, cinco meses, três dias e dezoito horas, fui passada para trás pela primeira vez.

    Quando os ponteiros chegaram ao devido lugar, a menina não apareceu. Nem ela, nem meu urso laranja de pelúcia vagabunda com aquela gravata xadrez horrível.E naquele instante eu percebi que… apesar da pelúcia ser vagabunda, dele ser laranja, ter uma gravata xadrez horrível e fazer aquele barulho de bolinhas de isopor irritante, sim, eu gostava dele… pelo simples fato dele ser MEU.E pela primeira vez na vida, eu atravessei uma rua. A minha rua. A rua que eu não podia atravessar, e como Adèle H. atravessando o oceano, atravessei aquela rua atrás do meu urso. Aquele…

    Atravessei a rua, andei meia quadra, cheguei à esquina e atravessei outra rua. Fui até a casa da menina que tinha cara de porquinho-da-índia, sem nem me lembrar do nome dela, para buscar o meu lindo urso laranja de pelúcia.

    A mãe dela me atendeu, me deu o urso, me deu cajuzinho de soja, leite e soja, pãozinho de soja, e esse gosto peculiar que tenho por tudo que é de soja. Até pelas vacas imaginárias de soja. A menina me acompanhou até em casa e somos amigas até hoje.

    Como dizíamos em Macondo… “Anos depois, em frente ao pelotão de fuzilamento” após a morte da minha avó, no dia em que fizemos a desocupação da casa dela pra que as imobiliárias iniciassem as visitas, achei meu urso. Sozinho no escuro há tanto tempo, todo carcomido, sujo, imundo, com teias de aranha e esquecido no sótão da casa da minha avó. Tão esquecido e carcomido quanto todas as minhas lembranças de infância.

    Acho que minha infância, pesar de ter sido rica em acontecimentos, tantos, quantos, imensos e tão densos, era como o meu urso de pelúcia. Laranja, vagabunda, horrível e recheada de bolinhas de isopor que faziam um barulho irritante.

    Hoje minha casa não tem um degrauzinho na frente, e nem uma “árinha” aberta com um portãozinho baixo e nunca mais escutei o som da matraca do vendedor de biju.

    Sobre o urso, bom, ele tá bem. Ainda não voltou a falar comigo, por ter ficado abandonado, no escuro e esquecido,Mas… estamos trabalhando nisso.



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  • Shantall - 05 - A menina que fala pelos cotovelos - Quando tudo parece sem sentido... descoisificado.
    2025/04/22



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    25 分
  • Shantall - A menina que fala pelos cotovelos há 20 anos - Arquivo 2006 - Eu acredito em Bruxas -
    2025/04/21

    Que coisa louca… eu ouvi e chorei, onde é que foi parar essa criaturinha que tinha esperança e hoje tem tanta raiva. Eu esqueci como se luta contra a banalidade, porque subestimei a banalidade. Eu achei que devia baixar a guarda, pra não parecer que eu estava sempre pronta pro ataque, mas e fui atropelada, quando se trata de banalidade, é melhor estar sempre pronta pra defesa. E a culpa foi minha. Talvez eu precise me escutar, pra me lembrar quem eu sou, pra jamais esquecer o que minha avó dizia… “Nunca deixe ninguém pisar no seu pé, senão amanhã irão pisar na sua cabeça.”

    É uma pena que existam pessoas narcisistas, controladoras, dissimuladas, manipuladoras e que acham que dinheiro compra tudo. Mas elas tem que saber que nesse mundo existem pessoas que não se vendem, porque quem se vende sempre recebe mais do que vale. E aprender a não fazer de alvo todo mundo que lhes contraria.

    De domingo vou tentar recuperar algum post do meu primeiro audio blog. Então é isso, bjuzz e até…



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  • Shantall - 04 - A menina que fala pelos cotovelos - Minha querida ilusão de ótica da janela giratória...
    2025/04/17



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