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Tensão no Caribe: ação militar cirúrgica dos EUA na Venezuela, intervenção direta ou só intimidação?

Tensão no Caribe: ação militar cirúrgica dos EUA na Venezuela, intervenção direta ou só intimidação?

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Sob a alegação de uma ofensiva contra o tráfico de drogas, uma força aeronaval norte-americana parece preparada para uma guerra no Caribe, em frente à costa da Venezuela, por onde passa a menor parte das drogas aos Estados Unidos. As manobras visam mesmo combater traficantes ou o objetivo é derrubar o venezuelano Nicolás Maduro, líder de um regime considerado ilegítimo pelos Estados Unidos? Especialistas ouvidos pela RFI não descartam outros cenários, até mesmo o risco de um “papelão” por parte de Donald Trump, se não houver nenhuma ação militar. Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires Nesta quarta-feira (3), Caracas acusou Washington de fazer execuções extrajudiciais, ao atacar um barco no sul Caribe que, segundo o presidente Donald Trump, transportava 11 traficantes de drogas. Foi o primeiro alvo de uma força aeronaval norte-americana que acabava de chegar ao Caribe, onde ficará pelos próximos meses. “É uma clara mensagem de que os Estados Unidos não estão para um desfile naval. É uma demonstração de força”, afirma à RFI o analista de política internacional Fabián Calle, especializado em temas de Segurança e Defesa. Oficialmente, a operação começa mirando o tráfico, exterminando um alvo através de um míssil, numa espécie de bloqueio de qualquer tentativa de remessa marítima de drogas. Porém, o método de ação começou com uma violação do direito internacional. “Em matéria de direito do mar, com base na carta da ONU e a convenção de 1988 sobre drogas, nada autoriza um governo a afundar e matar 11 pessoas. Lançar um projétil é um procedimento unilateral, arbitrário e ilegítimo”, explica à RFI o sociólogo e catedrático em Relações Internacionais na Universidade Di Tella Juan Gabriel Tokatlian, uma referência na América Latina em matéria de Segurança e Defesa. O correto, prossegue Tokatlian, seria o barco ser obrigado a parar. Depois, se a mercadoria transportada fosse ilegal, deveria ser confiscada e os traficantes, presos. “Anunciar esse ataque como uma vitória de uma grande potência é francamente ridículo, marcando um gesto de prepotência e impotência. Esse fato tem menos a ver com uma guerra contra as drogas e mais com o fato de transformar a América Latina no epicentro de uma segunda ‘guerra contra o terrorismo’, com a participação direta das Forças Armadas norte-americanas”, denuncia Tokatlian, comparando com a guerra que, nos anos 2000, os Estados Unidos lançaram contra o Afeganistão e o Iraque. Guerra contra o tráfico Sete navios militares, um submarino nuclear, dezenas de aviões e de helicópteros, mísseis e milhares de militares constituem uma força aeronaval que parece mais pronta para uma guerra do que para combater o tráfico de drogas, fazendo com que todos procurem resposta para a maior das incógnitas: o teatro criado por Donald Trump no Caribe pretende uma intervenção militar, direta ou indireta, para derrubar o ditador venezuelano Nicolás Maduro? O tamanho da força é visto como desproporcional para uma missão oficialmente apenas para interceptar carregamentos de droga, mas, ao mesmo tempo, seria insuficiente para uma invasão. A Venezuela não é um produtor relevante de cocaína, mas é um país de trânsito por onde a droga produzida na Colômbia passa. A principal guerra de Trump é contra o fentanil, uma substância que não é produzida na Venezuela, e sim no México, a partir de substâncias químicas importadas da China. Além disso, 74% da cocaína enviada aos Estados Unidos é transportada pelo Pacífico e apenas 24% pelo Caribe. Ou seja, enquanto a força aeronaval dos Estados Unidos cerca a Venezuela, a maior parte da droga está saindo pela Colômbia e pelo Equador. “Por enquanto, esta é uma operação improvisada e parece ter um sentido intimidatório. É possível que haja alguma ação militar em alto mar e que isso seja apresentado como um êxito no desmantelamento do negócio das drogas”, considera Juan Gabriel Tokatlian. “Se o objetivo não for combater o tráfico de drogas, mas derrubar o governo de Nicolás Maduro, então a operação de Trump vai precisar de um contingente de força muito maior e um considerável apoio de civis e militares em território venezuelano”, complementa. “A frota não parece ser meramente para interceptar aviões e barcos com drogas. Ao mesmo tempo, não parece uma ofensiva para uma invasão a um país com 30 milhões de habitantes, por mais que a resistência provavelmente seja nula”, reforça Fabián Fabián Calle. Em paralelo à aproximação da força de guerra, nos tribunais norte-americanos, promotores avançam contra Maduro e contra o seu braço-direito, Diosdado Cabello, além de ex-membros do regime venezuelano. Essa combinação de táticas, militares e judiciais, tem levado muitos a suspeitarem de uma intervenção militar dos Estados Unidos, cuja ótica sobre a Venezuela é de um país ocupado por ...
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