エピソード

  • Whiskey e Tabaco
    2025/10/30

    Álcool, fumaça e poesia que transborda para fora do copo, para fora do corpo sumindo no ar.

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    1 分
  • Inimigo Particular
    2025/09/22

    Nessa escrita para além das batidas do peito, também as batidas no bumbo.


    Título: Inimigo Particular

    Autora: Maria


    Dor se fantasia de desejo

    Quem muito diz o ego que fala

    O preço que se paga é em valor

    Se debochar o samba toca

    Por que tanto medo?

    E a gota cai na língua

    E a água ajuda a engolir a pílula

    O peito se contrai para prender a batida

    A fumaça enche o pulmão

    Sem razão com diversas intenções

    Uma busca por frustração nítida

    Procura insana por culpa

    Quem pensa demais se quebra

    Os olhos não se fecham

    Certos momentos não existem sonhos

    Então a fumaça preenche

    Junto ao fogo incapaz de machucar

    Queimaduras jamais irão doer…

    Como a dor que eu aflijo em mim

    Quebre meu crânio um novelo de lã

    Quebrem meus ossos eles não sustentam

    Quebrem meus olhos vejo com as mãos

    Quebrem meu peito e esperem o fim de tudo

    Digo o fim do mundo

    O que guardo por entre as costelas de Eva

    Não possui sentido algum

    Então espere por uma explosão devastadora

    Talvez depois e só depois, amor

    Embora nem todo amor cure

    Existem dias que são noites

    Existem noites curtas madrugadas

    Que eu entrelaço os dedos comigo

    Com medo e prazer não contido

    Prazer, sou eu a pedra em meu caminho

    sou eu aquilo que chamam de

    “Próprio inimigo”

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    2 分
  • Tentando - Falha n°1
    2025/08/19

    QUEM É MARIA QUE AQUI FALA?


    Talvez um dia eu faça um episódio que eu admire, talvez eu nunca faça… todas as estruturas que pensam resultam em poesias largadas com ruídos de fundo.


    - gosto dos ruídos

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    4 分
  • Na dúvida, sigo.
    2025/06/22

    Uma poesia sobre se perder, se refazer e continuar. Em meio às dúvidas e quedas, nasce o verbo mais honesto: seguir.


    Escrita: Sigo (poesia espontânea)

    Autora: Maria


    Eu sou uma perda constante de perdas constantes.

    Em um chão inexistente, que caiu mais vezes do que o número de quedas,

    me entrego mais vezes do que junto pedaços.


    Seguindo o caminho desse pensamento,

    eu só me desfaço —

    como desfazer, constantemente, um quebra-cabeça já montado,

    que, de tanto desfeito, já não se lembra da ordem das peças.


    De peça em peça, o relógio da parede perdeu atenção.

    Não sigo vivendo as horas dos demais.

    Acordo com a lua e adormeço ao amanhecer.


    Porque, depois de estar mais perdida do que encontrada,

    se perder se torna o novo encontrar,

    e se encontrar não passa de um mito.


    Logo, perdida e desconectada do tempo, me questiono: ainda sou?

    Mas logo observo que mais deixo de ser e passo a me tornar vários,

    do que, de fato, sigo sendo.


    Me perco também em confusão,

    e, na dúvida, reduzo a frase:


    Sigo.


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    2 分
  • O que de mim ainda está comigo?
    2025/01/26

    Um pouco sobre não se reconhecer e qual a permanência da essência do ser.



    Escrita: Sou Agora (O que de mim ainda está comigo?)

    Autora: Maria



    O que de mim ainda está comigo?

    Como se o tempo passando como vagões me fizesse esquecer entre o barulho dos trilhos

    Eu me perdesse por esquecer quem eu sou mesmo que ser seja uma mudança constante

    Como se perde quando se é?

    Culpo o que não tem culpa mas talvez todas as perdas me levaram para nunca mais

    Quem permanece aqui se não um ser estrangeiro frente a um futuro fadado pelo tempo de passar e passar e continuar de passagem

    Uma luta que se sobrevive de fragmentos que até mesmo conhecido as vezes desconectados e logo perco o sentido

    Sentido de que afinal?

    Sentido na alma daquele que caminha porque de todas as tentativas sobrou esta

    Um corpo em movimento que vai contra o que acredita se esquecendo de admirar o caminho já que está tão virado para dentro que fora não enxerga

    Fadado a cair em todas as suas escolhas

    Afinal olhar para dentro em procura do que sou ou do que resta me faz perder-me no tempo que não para

    Cada vez sem mais respostas me perco no abismo do meu ser sem saber de posso chamar de “meu”

    E se pelo vislumbre olho para fora meus olhos não são capazes de admirar as paisagens já que os olhos estavam por muito tempo acostumados com o escuro

    Talvez dentro tenha luz mas não sei se me encontro ou me perco nas sombras que a luz provoca e me contendo achando ser verdade

    Espertos são os malucos e doidos e dessa loucura eu bebo porque frente a toda a procura da vida em minha direção não se passa de ilusão e fantasia

    Na minha loucura encontro maiores momentos de sanidade e aí talvez e só talvez eu fique de frente com quem eu mais sou

    Por entre as sombras da luz saio da caverna do fantasiatico ser e olho para o sol para a lua as estrelas e para mim

    Noto que o mundo é grande e maior são suas complicações e eu nunca fui boa em tornar as coisas simples

    Na minha loucura eu noto a sanidade excessiva que faz tudo ser questionado quando na verdade o que há de mim em mim é o fato de que mesmo prisioneira do tempo me encontrar no agora

    Sem passado com futuro sem futuro com passado pouco importa mesmo que a memória falha tente se lembrar

    O que há de mim em mim é a minha maior loucura de parar e esquecer do ponteiro do relógio

    Nunca deixarei de ser enquanto eu conseguir rasgar o tecido temporal e ficar cara a cara com o agora

    Afinal agora, eu estou aqui.

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    3 分
  • Às vezes temo poesias…
    2025/01/19


    No episódio de hoje, trago uma escrita sobre aquele medo de se perder em um livro de poesias, de se ver refletida em palavras que parecem gritar a verdade que a gente não quer ouvir? Pois é, é disso que falo aqui. A poesia tem esse poder, de nos tirar do lugar, de nos fazer olhar pra dentro e, muitas vezes, a gente não tá pronto pra isso. Vem comigo explorar esses sentimentos de incerteza, silêncio e a batalha interna entre o que a gente quer sonhar e o que já viveu.


    Poesia: Não sei se tem um de fato

    Autora: Maria


    Ando com medo de me encontrar em uma página de Drummond

    Temo me identificar profundamente com as palavras de Álvaro de Campos

    Não me atrevo as escritas de Florbela

    Estou apavorada antes de sequer abrir um livro de poesias

    Estou desesperada que paro no antes e nunca chego no depois ou no durante

    Porque nesse instante eu tenho certeza que as palavras poéticas conseguem me decifrar…

    até mesmo dizer aquilo que não ouso sussurrar para mim

    São tempos de mudança em que o coração voltou a bater

    Mas permaneço sentada na cama quase deitada com a minha atenção comprometida pelo bpm que ecoa em minha caixa toraxica

    Até minhas escritas se não muito bem ditas e escondidas podem me fazer correr

    Já que o que eu já havia aprendido com a vida se torna gritante e não sai dos meus pensamentos…

    como o sino da igreja que toca de hora em hora

    uma hora dessas ei de explodir em mim ou, de forma irônica encontrar “silencio”

    Me terei como ganha, a vida ganhou essa rodada e nessa mesma roda eu caio na realidade pavimentada

    me quebro

    me contorço

    não quero me ouvir

    se é que sei ao certo o que falar

    Mas de tudo o que se passa eu aprendi que nem sempre faz bem sonhar

    Assim como novamente me encontro frente ao tempo e dos menores males eu olho para trás

    Quem sabe antes de tudo… tudo esse que nem ao menos sei o que significa

    Ao invés de olhar para frente e sonhar uma grande fantasia que nem com muito esforço consigo encontrar um elo que a conecte com a realidade por mim vivida

    Já ganhei muito com os anos, mas sem nenhum engano, me lembro mais das partidas e daquelas que partiram sem nem ao menos estar

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    3 分
  • ENTRE COM CUIDADO
    2025/01/18




    É sobre o equilíbrio entre acolher e se proteger, entre ser forte e se permitir sentir. Entre com cuidado.


    Poesia: Frágil

    Autora: Maria


    Esta vai para você

    Entre com cuidado

    Sei que a mobília não está tão arrumada, mas pode deixar que os cacos de vidro eu peguei todos

    Ninguém vai machucar os pés

    O café já está quase pronto

    E eu estou louca para te ver

    Não faz nem um dia que eu estou longe

    Mas o tempo brinca com a gente, né?

    Quando está perto, o tempo voa como o vento e que entra pela janela do seu quarto

    Quando estamos longe, sinto que envelheço décadas e o compasar do relógio não passa

    Enfim, entre com cuidado

    Não sou frágil, mas te amo.

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    1 分
  • Por que não começar pelo Vazio?
    2025/01/17

    Após muitas tentativas de imaginar como seria um primeiro episódio, percebi que não poderia haver nome mais certeiro: “Quem é Maria?”. Esse grande questionamento me mergulhou em um mar de incertezas, exceto por uma: minhas escritas. Elas sempre souberam quem sou, mesmo quando eu não sabia.


    Então, acomodem-se e ouçam. Esta poesia, que escorre dos meus olhos, talvez encontre o essencial — o coração. E quem sabe, ao tocar esse espaço, possa dizer algo sobre nós, justamente quando não sabemos o que ser.


    Prazer, Maria (?)


    Poesia: Vazio

    Autora: Maria


    Meu nome é Maria,

    Essa não exatamente sou eu, porque nem meu nome eu escolhi, mas quem sou eu poeta?


    Essa foi uma escolha minha, até então eu acho que foi

    Consigo me recordar do porquê eu comecei a escrever, do porquê eu voltei a pintar e eu sei muito bem o porquê eu toco alguns instrumentos…

    São pelas perdas que eu tive, pela dor

    Infelizmente nada começou com um início feliz, mas felizmente eu consegui trabalhar com caos, e torná-lo sensível, que nem Deleuze e Guattari diz, mas honestamente…

    Há época que eu não transformo o caos em sensível, eu só reproduzo

    E aí eu caio na minha própria ignorância, que é uma frase que eu repito todos os dias

    Então eu caio no chão, ou no poço, ou no abismo, ou no meu próprio vazio, que é cheio, bem cheio.

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