
Putin, Trump e a Europa: o jogo geopolítico que ameaça o futuro do continente
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O que pode deter a voracidade imperialista do presidente russo, Vladimir Putin, na Ucrânia e evitar que Moscou arraste a Europa para um longo ciclo de decadência e empobrecimento? Esse difícil enigma é analisado pelas revistas semanais francesas, depois dos encontros ocorridos nos Estados Unidos entre os presidentes Donald Trump, Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin.
Em seu editorial, a revista Le Point estima que a cúpula entre Trump e Putin no Alasca, apresentada como histórica, terminou com uma vitória diplomática e estratégica do presidente russo. Putin foi reabilitado na cena internacional, apesar de ter iniciado o conflito na Europa e de ter um mandado de prisão internacional emitido contra ele pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra na Ucrânia.
Trump não impôs novas sanções contra Moscou e parece ter se alinhado às condições russas de uma paz que enfraquece a Ucrânia. Esse estreitamento das relações entre os EUA e a Rússia isola Kiev, fragiliza a Europa e coloca em xeque a credibilidade da Otan diante das ambições imperialistas russas, assinala a publicação.
Mais grave ainda, o editorial recorda os momentos sombrios de 1938, quando uma concessão feita a Adolf Hitler durante a conferência de Munique, em vez de contê-lo, acabou desencadeando a Segunda Guerra Mundial. A Le Point alerta para os riscos de uma política de apaziguamento semelhante, que ameaça a segurança do continente europeu.
Três visões de mundo se confrontam em torno da UcrâniaTrês visões de mundo se confrontam no cenário da guerra na Ucrânia, segundo o analista Frédéric Encel. Em um artigo na revista L'Express, ele mostra que Trump enxerga a política como uma extensão dos negócios, trata aliados como clientes e ignora princípios éticos, históricos e diplomáticos. Já Vladimir Putin age movido por uma ideologia expansionista, buscando restaurar o antigo império russo, com desprezo pela democracia e pela prosperidade econômica. Ambos compartilham uma postura autoritária, viril e avessa ao multilateralismo.
Enquanto isso, os líderes europeus tentam manter uma abordagem baseada no direito internacional, na diplomacia e na defesa da democracia, mesmo que isso os coloque em desvantagem estratégica. A Europa, embora comprometida com sanções e apoio à Ucrânia, evita o envolvimento militar direto, atuando como quem entra numa disputa com um braço amarrado. Essa diferença de postura entre os três blocos revela o impasse e a complexidade do conflito, cujo desfecho ainda é incerto.
Na Le Point, o ex-coronel da Marinha francesa Michel Goya defende que a principal garantia de segurança da Ucrânia continua sendo seu próprio exército. Mesmo após o fim da guerra, Kiev deverá manter uma força militar robusta, possivelmente a mais poderosa da Europa, apoiada por uma linha defensiva próxima à fronteira e por forças aliadas internacionais encarregadas de monitorar acordos de paz. Para Goya, a Rússia só respeita a força – não a diplomacia nem o comércio – e só será dissuadida se enfrentar uma barreira militar sólida e pressão econômica máxima.
Barrigas de aluguel resistem à guerraEnquanto especialistas debatem estratégias diplomáticas e militares, a revista Le Nouvel Obs publica uma reportagem em Kiev sobre a questão da barriga de aluguel. Após legalizar esse procedimento em 2002, a Ucrânia se tornou um dos principais destinos para casais europeus com problemas de infertilidade, que recorrem a mulheres ucranianas para realizar o sonho de ter filhos.
A repórter enviada à capital constata que, apesar dos bombardeios russos diários, a atividade das barrigas de aluguel continua intensa, e pais de todo o continente seguem chegando ao país para acompanhar o nascimento de seus filhos.