『Arte urbana brasileira leva cores e raízes ao festival Latinograff em Toulouse』のカバーアート

Arte urbana brasileira leva cores e raízes ao festival Latinograff em Toulouse

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このコンテンツについて

Criado em 2016, o Festival Latinograff, de Toulouse, nasceu com a proposta de aproximar artistas da América Latina e da Europa por meio de intercâmbios no universo do grafite e da arte urbana. “Trabalhamos com o Brasil, o Chile, o México, o Uruguai, o Equador e o Peru”, explicou Daniel Virguez, coordenador-geral do projeto à RFI. “Do lado francês, já realizamos várias trocas, e nosso objetivo é também levar artistas franceses ao Brasil para que conheçam de perto a realidade do street art latino-americano”, especificou o organizador. A edição de 2025 ganha um sentido especial ao integrar a programação oficial da temporada cultural cruzada. Para marcar o Ano França-Brasil, três artistas brasileiros foram convidados a participar do evento: Paula Plim, que inaugurou uma exposição em Toulouse, e a dupla Dinho Bento e o carioca Heitor Corrêa – padrinho do festival francês em 2025 –, autores de murais espalhados pela cidade. Paula Plim, aliás, já havia deixado sua marca no início do ano com um mural no cinema Le Cratère, um dos polos culturais da capital da região francesa da Occitânia. “Comecei no Brasil. Depois disso, participei de muitos festivais de arte urbana em diversos lugares do mundo”, conta Plim, que tem formação em artes visuais e publicidade. “O meu trabalho traz muitas referências da arte naïf, de artesanatos típicos de diversos lugares do mundo, do folclore de outros povos. Acho que isso pode ser conferido na linguagem dos meus trabalhos pelo aspecto sintético, colorido e não realista”, explica a artista gaúcha. “O Brasil é um país muito grande, com muitos Brasis dentro dele. Isso dá uma riqueza visual enorme. Quando comecei a pintar, em 2002, a cena de arte urbana estava explodindo. Logo surgiram várias galerias dedicadas ao gênero, e o trabalho brasileiro ganhou destaque pelo uso das cores, pela criatividade e pela nossa maneira de resolver as coisas com o famoso jeitinho – a gambiarra que, no fim, sempre dá certo”, acredita Paula Plim. A selva renasce O tema deste ano, “A selva renasce”, reúne cinco artistas internacionais convidados a criar murais que dialogam com a ideia de natureza, memória e sobrevivência. Cada um traz sua própria leitura do conceito, explorando caminhos que vão do literal ao lúdico, do figurativo ao abstrato. Heitor Corrêa escolheu transformar a parede em uma homenagem ao Brasil, representando a arara-azul, símbolo do Pantanal e espécie ameaçada de extinção: “Quis trazer essa ave como uma entidade, quase uma evocação espiritual. Ela representa não só a riqueza natural que precisamos proteger, mas também uma celebração daquilo que é nosso por raiz e origem. É um tributo ao Brasil e ao Ano França-Brasil.” Já o mineiro Dinho Bento, vindo de Mariana (MG), imprime em sua obra as marcas da degradação ambiental provocada pela mineração em sua região natal. Sua pintura em Toulouse reúne animais como a harpia, maior ave de rapina do Brasil, e a cobra-coral, espécie emblemática da fauna brasileira. “Cresci vendo a paisagem de Minas se transformar, muitas nascentes desaparecerem e espécies sumirem, por causa das mineradoras”, disse o artista. “Minha arte nasce desse impacto. Trabalho com símbolos de renascimento, como se cada mural fosse um chamado para que a natureza ressurja”, afirmou. Ano cultural vai da França ao Brasil Em setembro, será a vez dos franceses desembarcarem no Brasil, conta Virguez. “Dois artistas parisienses, Lycea e Takir, participarão de atividades no Rio de Janeiro, em Paraty e em Itaperuna, onde ocorrerá o Festival Graffite, um dos encontros mais relevantes da cena de arte urbana no interior fluminense”, destacou. “Com esse movimento de ida e volta, o Latinograff de Toulouse reforça sua vocação de ponte cultural entre a Europa e a América Latina, unindo linguagens, cores e olhares em torno do grafite como expressão global”, disse o curador da mostra no sudoeste da França. Com obras que misturam denúncia, espiritualidade e celebração, os artistas brasileiros conquistam espaço em um dos festivais de arte urbana mais relevantes da Europa. O Latinograff segue em cartaz em Toulouse até 30 de agosto e desembarca no Brasil entre 11 e 28 de setembro, com edições em Ouro Preto (MG) e no Rio de Janeiro.
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