
França: livro revela custo bilionário de 'presentes' de Macron para os ricos em oito anos de poder
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€ 270 bilhões de apoio às empresas, sem contrapartida, e subsídios fiscais para os mais ricos: este é o valor total dos “presentes" do presidente Emmanuel Macron à elite econômica do país, conforme revelações de um livro de investigação publicado esta semana na França.
Os autores, dois jornalistas da revista Le Nouvel Obs, afirmam que a política “pró-business” do presidente desestabilizou o modelo social e pesou sobre a dívida pública francesa, estopim de mais um capítulo da crise política no país.
“O Grande Desvio – como milionários e multinacionais captam o dinheiro do Estado” é o título da obra (em tradução livre do original em francês). Baseados em relatórios de instituições como Tribunal de Contas e a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), os autores, Matthieu Aron e Caroline Michel-Aguirre, analisam em detalhes “o buraco negro” da política de subvenções e subsídios fiscais que beneficiaram as grandes empresas e fortunas nos últimos oito anos, desde que Macron assumiu o poder.
Redução dos impostos das sociedades e da produção, diminuição dos encargos sociais, teto da contribuição sobre a renda do capital e substituição do Imposto sobre a Fortuna por uma taxa focada apenas na "fortuna imobiliária” são algumas das medidas que favoreceram os ricos nos últimos anos – e sem que houvesse uma avaliação eficaz sobre os benefícios dessa política para a economia francesa, denuncia a obra.
“O sistema de ajuda incondicional enriqueceu multinacionais que continuam a deslocar as linhas de produção para o exterior e entregam cada vez mais dividendos para seus acionários”, diz o livro, segundo resenha publicada na revista L’Obs. Entre os beneficiados, estão gigantes como Michelin e o império do luxo LVMH.
Retorno da política pró-business é questionadoNeste período, o desemprego baixou a 7%, mas a França não atingiu o pleno emprego, como prometeu Macron. As exonerações resultaram em € 80 bilhões a menos de arrecadação por ano, quase o dobro do valor previsto no plano de economias apresentado pelo ex-primeiro-ministro centrista François Bayrou, que acaba de deixar o cargo.
Em paralelo, a edição desta semana da revista Le Point calcula quanto custa a instabilidade política na França, que acaba de conhecer o seu quarto chefe de governo em pouco mais de um ano. Segundo a publicação, a crise gerada pela dissolução da Assembleia Nacional por Macron, em junho de 2024, já gerou um prejuízo de € 12 bilhões para o país.
Os juros para títulos do Estado francês agora estão no mesmo patamar da Itália, e a insegurança fez os investimentos desacelerarem, o consumo cair e o nível e a poupança subir. Resultado: a crise fez o país perder 0,1 ponto de PIB em 2024 e 0,3 neste ano, conforme os cálculos do Observatório Francês de Conjuntura Econômica (OFCE), citados pela Le Point.