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Um pulo em Paris

Um pulo em Paris

著者: RFI Brasil
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このコンテンツについて

Direto da redação da Rádio França Internacional em Paris, em parceria com a Rádio CBN, Adriana Moysés e Daniella Franco contam as novidades e curiosidades de um dos lugares mais visitados do mundo.

France Médias Monde
社会科学
エピソード
  • Voto decisivo no Parlamento: desgaste da confiança na política na França desafia governo
    2025/09/05
    A França vive, neste momento, algo que o Brasil conhece: a falta de confiança na política. O país tem enfrentado sucessivas crises nos últimos anos, e o desgaste é visível. Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris Ao pedir um voto de confiança no Parlamento na segunda-feira (8), o primeiro-ministro François Bayrou não apenas tenta garantir a governabilidade, mas também convoca a sociedade a um esforço coletivo: cortar € 44 bilhões no orçamento de 2026, num momento em que os franceses já sentem uma queda na qualidade dos serviços públicos. A oposição já disse que não irá renovar a confiança no primeiro-ministro francês, abrindo uma nova etapa excessivamente delicada para o presidente Emmanuel Macron, que já teve seis chefes de governo em oito anos. Com essa instabilidade, somada à insatisfação que vinha desde o movimento dos "coletes amarelos", em 2018, os franceses perderam a confiança em relação à capacidade dos políticos de resolver os problemas. A cólera dos "coletes amarelos" — que surgiu em 2018 como expressão da insatisfação de muitos franceses — continua presente no imaginário coletivo. Eles denunciam uma desconexão entre o sistema político da vida cotidiana dos cidadãos. O que só piora em um ambiente de desinformação e fake news. Recentemente, por exemplo, circularam boatos sobre um possível confisco da poupança, após a divulgação de projetos de investimento em defesa. Alguns usuários nas redes sociais chegaram a comparar ao confisco da poupança no Brasil, em 1990. As autoridades francesas desmentiram categoricamente essa possibilidade. Diante desse clima de insegurança, sem visão sobre o futuro, os franceses decidiram guardar dinheiro no banco, pararam de consumir supérfluos. Segundo balanço oficial do Banco da França, no final de junho, os franceses tinham cerca de € 5,4 bilhões em poupança e outros tipos de aplicação financeira tradicionais. Por terem medo de uma nova crise financeira, também parecem menos dispostos a colaborar para um plano de ajuste fiscal. Eles denunciam uma desconexão entre o sistema político e a vida cotidiana. Aos olhos de muitos, o Parlamento e o governo francês perderam a capacidade de representar os interesses reais da população. O discurso político parece cada vez mais distante da realidade. Um ano após a dissolução da Assembleia Nacional pelo presidente Emmanuel Macron, e a formação de sucessivos governos de coalizão que frustraram parte do eleitorado — tanto da direita, quanto a esquerda — a população demonstra crescente descrédito. Manifestações marcadas Um dia de paralisação nacional está marcado para quarta-feira (10), e os sindicatos já convocaram outro dia de mobilização para 18 de setembro. O objetivo é expor a decepção e a contrariedade diante de uma classe política que, aos olhos de muitos, perdeu a capacidade de representar os interesses reais da população. Segundo o Barômetro de Confiança Política, publicado em fevereiro de 2025, apenas 26% dos franceses confiam na política — um dos índices mais baixos da Europa. Atrás da Alemanha (47%) e da Itália (39%). Apenas 23% confiam no presidente da República, e 27% no primeiro-ministro. A Assembleia de Deputados tem apenas 24% de aprovação e a população tem a impressão de ser sacrificada há anos. A proposta do governo de eliminar dois feriados, a Páscoa e o 8 de maio (data que marca a vitória dos Aliados contra a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial), foi considerada como a "gota d’água”, depois de cortes no funcionalismo público, das reformas do seguro-desemprego e das aposentadorias. O governo também sinalizou com o aumentando da jornada de trabalho para 36 horas semanais, o que piorou o descontentamento. Ninguém parece disposto a trabalhar mais, sem ser pago, como propôs o primeiro-ministro. O endividamento francês e a credibilidade do país A meta é reduzir o déficit público para 4,6% do PIB em 2026 — uma queda em relação aos 5,4% previstos para 2025. Reequilibrar as contas públicas é mais do que uma questão contábil: tem impacto direto na soberania nacional. O elevado nível de endividamento levanta dúvidas sobre a credibilidade da economia francesa no cenário internacional. Atualmente, a dívida pública representa cerca de 114% do PIB, o que coloca a França como a terceira mais endividada da zona do euro, atrás apenas da Grécia e da Itália. Quem pagará a conta? Entre as pistas apresentadas para conter o que o governo chama de "maldição do superendividamento", está o congelamento das despesas públicas por um ano. No entanto, ainda não está claro qual será a abrangência dessa medida e quais setores serão afetados. Com a inflação estabilizada em torno de 1%, o governo apresenta o congelamento como uma forma de mobilizar todos os franceses em um esforço coletivo para reequilibrar as contas públicas. A ...
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  • Volta às aulas na França: educação afetiva e sexual nas escolas divide pais e mobiliza professores
    2025/08/29
    Fim de férias de verão na França. Nesta-sexta-feira (29), 850 mil professores retornaram às escolas, um número que se manteve, mesmo com uma queda de mais de 100 mil alunos devido a uma baixa demográfica. Ao todo, 12 milhões de estudantes franceses voltarão às aulas na segunda-feira (1°), com algumas novidades: entre elas a proibição do uso do celular em classe e a adoção de cursos que preparam para os desafios da vida afetiva. Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris A primeira medida, não é totalmente nova: a “pausa digital”. Em outras palavras, a proibição do uso de telefones celulares nas escolas de ensino fundamental. Essa regra já tinha sido definida por uma lei de 2018, embora nem todas as escolas a respeitassem. A partir de segunda-feira, os alunos terão de guardar os seus celulares em armários ou nas mochilas. Cada escola terá liberdade para organizar isso e garantir o respeito a essa regra. O objetivo é combater o uso excessivo de telas. Para garantir esse tempo de desconexão, até a ferramenta virtual usada na comunicação entre pais, professores e alunos — onde são registradas as notas e as lições de casa — terá as interações interrompidas entre 20h e 7h, em dias úteis e totalmente nos fins de semana. A regra de ficar offline por um tempo serve tanto para os professores quanto para os alunos. Outra novidade nesse ano letivo é o reforço nos programas de francês e matemática, porque os franceses caíram nos rankings internacionais. Mas o que chama a atenção em especial nessa volta às aulas é a adoção de novos programas de educação sobre a vida afetiva, relacionamentos em geral e a sexualidade. Esses cursos deverão ser incluídos no currículo em todos as escolas públicas e privadas do país, da Educação Infantil ao Ensino Médio. Valores fundamentais Os conteúdos serão adaptados conforme a idade dos estudantes. O governo francês quer transmitir valores fundamentais desde a infância, prevenir as discriminações, lutar contra a violência e o assédio. No jardim de infância e no ensino fundamental, ou seja, dos 3 anos até os 10, 11 anos, os professores irão ensinar os alunos a reconhecer as emoções e também irão abordar questões ligadas à descoberta do corpo, como desenvolver o respeito e a empatia. Por exemplo, não olhar para um amigo que está no banheiro, saber quando abraçar ou pegar a mão de um colega, tudo isso visando que as crianças compreendam desde cedo o sentido do consentimento. Até para que elas saibam o que fazer se um amigo divulgar uma foto íntima sem permissão, ou se alguém insistir em um contato físico. Nessa faixa etária também já poderá ser discutida a igualdade entre meninas e meninos, mas não se aborda a sexualidade ainda. Já entre os adolescentes de 11 a 15 anos, os professores darão informações sobre sexualidade e saúde, métodos contraceptivos, reprodução e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Também entram nessa conversa o combate à homofobia, a conscientização sobre estereótipos de gênero, para ajudar os alunos a desenvolverem um espírito crítico e sensibilizar os estudantes contra o preconceito. Cada turma deverá ter no mínimo três aulas de duas horas por ano sobre esses assuntos. Formação de professores A educação sobre vida emocional, relacionamentos e sexualidade já é obrigatória por lei na França desde 2001 e, por isso, muitos professores e outros profissionais do sistema educacional foram formados. Mas esses cursos não eram generalizados. Na prática, havia disparidades entre as escolas e muitas não seguiam o programa. Até agora, apenas 15% dos estudantes franceses receberam essas sessões de educação afetiva e sexual. Para apoiar os professores nessa nova diretriz, eles têm passado por um novo treinamento desde o primeiro semestre. Tudo depende de uma boa comunicação, defende a ministra da Educação Nacional, Élisabeth Borne. Os programas são explicados em cartilhas impressas que foram enviadas aos pais e também podem ser consultados online. E mesmo os professores franceses, que geralmente são bem resistentes às propostas dos políticos, estão animados com os novos conteúdos e satisfeitos por poder tratar desses assuntos em sala de aula. Pais mais conservadores estão preocupados Apesar do apoio institucional, os novos programas de educação afetiva e sexual nas escolas francesas têm gerado preocupação entre alguns grupos. As críticas mais contundentes vêm de setores conservadores, geralmente ultrarreligiosos em suas convicções, que defendem que esse tipo de conteúdo deveria ser transmitido exclusivamente pelas famílias, e não na escola pública. A polêmica tem sido explorada por partidos de extrema direita. Embora não represente a maioria dos pais, há um grupo, por exemplo, o 'Pais Vigilantes', ligado ao partido Reconquista, que tem se mobilizado. O líder do Reconquista, Éric Zemmour,...
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  • Após morte ao vivo de influenciador, plataformas de streaming entram na mira do governo da França
    2025/08/22
    A morte de um influenciador francês na segunda-feira (18), durante uma transmissão em tempo real, chocou a França. Raphael Graven, 46 anos, morreu durante um streaming que tinha previsão de durar doze dias. Enquanto o caso é investigado, o governo francês debate medidas para melhorar o controle de conteúdos e práticas nessas plataformas. Daniella Franco, da RFI em Paris “Ops, algo deu errado”: essa é a mensagem exibida nesta sexta-feira (22) na plataforma de streaming Kick quando o canal de Jean Pormanove – também chamado de JP – é procurado. Esse era o pseudônimo usado pelo francês neste site de transmissões em tempo real que exibiu, entre tantas humilhações e violências impostas por outros influenciadores, sua própria morte. Após ter bloqueado no início da semana os polêmicos vídeos em que JP aparece sendo alvo de agressões físicas e psicológicas pelos gamers Narutovie e Safine, a Kick voltou a liberar o acesso ao material na quinta-feira (21). A justificativa fornecida pela direção da plataforma foi o desejo de colaborar com as investigações as autoridades francesas. No entanto, o site foi acusado de querer tirar proveito da popularidade que alcançou com a morte do influenciador. Ameaçada pela Autoridade de Regulação da Comunicação Audiovisual e Digital da França (Arcom) de ter seu funcionamento proibido no país, a plataforma voltou atrás em sua decisão nesta tarde. Enquanto isso, investigadores têm a missão de assistir a mais de 300 horas de gravações da fatídica transmissão para tentar compreender as circunstâncias da morte de JP. Dupla investigação O canal "Jeanpormanove" na plataforma Kick é alvo de uma dupla investigação do Ministério Público de Nice, no sul da França. A primeira teve início em dezembro após a publicação de uma reportagem do site francês de notícias Mediapart, e a outra foi aberta após a morte de JP. O influenciador entrou no universo dos streamings de jogos online há cinco anos, fazendo transmissões na plataforma americana Twitch. Com reações exageradas e teatrais, ele se tornou famoso na comunidade de gamers. Com outros três streamers de um grupo chamado Le Lokal, JP passou a fazer lives na Kick, devido às regras mais brandas, um controle menor das performances e uma remuneração maior do que em outras plataformas. Com o objetivo de provocar reações exageradas em JP, dois influenciadores do grupo, Narutovie e Safine, começaram a agredi-lo, e observaram os pagamentos dos seguidores aumentarem com as violências, que iam de humilhações e xingamentos a socos, chutes, estrangulamentos e sufocamentos. Segundo a imprensa francesa, o próprio JP faturava por mês até € 6 mil (cerca de R$ 38 mil). Morte ao vivo Em agosto, o grupo Le Lokal anunciou o desafio de realizar um streaming de 12 dias, sem interrupção, de uma casa alugada no sul da França. Durante a transmissão, JP era frequentemente espancado e chegou a receber choques elétricos de uma coleira instalada em seu pescoço. No segundo dia, o influenciador comentou com os colegas que não estava passando bem e que precisaria ir a um hospital, mas foi impedido. JP também enviou uma mensagem para a mãe dizendo ter sido “sequestrado” por “um conceito de merda”. Na madrugada do décimo dia do streaming, o grupo estava dormindo diante das câmeras quando seguidores começaram a alertá-los do comportamento incomum de JP, pálido e imóvel durante horas. Um dos gamers chegou a atirar uma garrafa de água na cabeça do influenciador, que não reagiu. A live foi subitamente interrompida e a polícia foi acionada, confirmando a morte de JP. Resultado da autópsia Os primeiros exames, realizados pelo Instituto Médico Legal de Nice, foram revelados na noite de quinta-feira (21), e apontaram que o corpo do JP não apresenta “lesões traumáticas”. O laudo afirma que as prováveis causas da morte “parecem ser de natureza médica ou toxicológica”. O jornal Le Monde obteve informações com uma fonte próxima às investigações que diz que o trabalho se concentra agora em saber se outros elementos ligados ao streaming poderiam ter ocasionado a morte do influenciador. As escassas horas de sono podem ter resultado em uma crise cardíaca, ou o consumo de produtos tóxicos - incentivado pelos seguidores da transmissão - pode ter envenenado JP. Por meio de advogados, os gamers que agrediam JP alegam que tudo se tratava de uma encenação e que a vítima consentia participar do que chamam de “brincadeiras”. No entanto, a irmã do influenciador, classifica sua morte de “intolerável” e acredita que JP tenha morrido “de exaustão”. A ministra francesa da Inteligência Artificial e do Digital, Clara Chappaz, classificou o caso de “horror absoluto” e acionou a Arcom, o mais alto órgão de supervisão de mídias na França e a Plataforma Pública de Alerta a Conteúdos Ilícitos na Internet. A ministra também exigiu ...
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