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Cosme Rímoli

Cosme Rímoli

著者: Cosme Rímoli
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Jornalista esportivo Cosme Rímoli entrevista grandes nomes do universo do esporte em um bate-papo sobre o que rola dentro e fora de campo.Cosme Rímoli
エピソード
  • 'DIRIGENTES DE TODO BRASIL PRESSIONARAM. ATÉ ACABAR A DEMOCRACIA CORINTIANA.'
    2025/11/04

    O jovem entregador de jornais na zona Leste de São Paulo tinha um sonho. Jogar no time de seu coração. Além da disputa óbvia com inúmeros garotos talentosos, ele tinha mais uma dificuldade. Era gago. Mas nunca se intimidou com esse detalhe. Nem na vida pessoal e muito menos jogando.Fez testes no Corinthians, acabou não ficando. Mas o Juventus não deixou escapar aquele veloz e inteligente meia. Sim, ele era meia, com excelente visão de jogo. Foi tão bem que o futebol grego e o russo tentaram sua contratação. "Naquela época, início dos anos 70, jogador era como escravo. Um diretor do Juventus me colocou em um avião e fomos para a Grécia. Treinei, fui bem, fiz gol. Mas ele não acertou a negociação e vim embora. O mesmo aconteceu na Rússia. Não tenho mesmo a menor ideia do que deu errado. Nunca me deram satisfação."Aliás, satisfação é a palavra que ele sentia quando jogava contra o Corinthians. Lembrando da infância, quando não ficou no Parque São Jorge, sua vingança era doce. Marcar gols contra o time que sempre amou. Em 12 partidas, nove gols. Virou um tormento enorme. Aumentado pela imprensa do início dos anos 80. Ele foi o único jogador da história do Juventus a estar em uma pré-convocação para uma Copa. Cláudio Coutinho colocou seu nome entre os 40 para o Mundial de 1978. "Se estivesse em um time grande eu iria", garante.A direção corintiana reconheceu o ótimo futebol de Ataliba. E venceu a concorrência de Palmeiras e São Paulo que também se interessaram pelo artilheiro. "Jogar no Corinthians foi um sonho. Primeiro, os dirigentes me cobraram. Me disseram que estavam aliviados. Agora não faria mais gols contra eles. Depois, encontrei companheiros fantásticos. Sócrates, Casagrande, Zenon, vivi a Democracia Corintiana.'Ataliba recorda a pressão que havia. O Brasil vivia o final da Ditadura Militar. E os jogadores, com o suporte do diretor de futebol, e sociólogo, Adilson Monteiro Alves, resolveram brigar pelo voto direto para presidente. Para a volta da democracia. 'Foi uma loucura. Porque o time precisava vencer para justificar a postura contra os militares. Porque se perdêssemos ninguém iria nos ouvir. Só deu certo porque fomos bicampeões paulistas, torneio que era tão importante quanto o Brasileiro.Ataliba viveu momentos inesquecíveis, além dos títulos. O mais tenso foi a eleição entre os jogadores para a saída de Leão. 'Ele era excelente. Jogava bem demais. Eu era muito amigo dele. Mas bateu de frente com a filosofia da Democracia Corintiana. Principalmente as folgas, a falta de concentração dos jogadores casados. E o time decidiu que ele teria de ir embora. Votamos e ele foi. O time não o quis mais."Diante da pressão dos outros dirigentes brasileiros e da derrota da direção que mantinha o sistema democrático no Corinthians, o movimento acabou. "Desmancharam o time. Quiseram outros jogadores. Todos saíram. Eu escolhi ir para o Santos, convencido pelo meu compadre Serginho. Errei. Não deu certo. A partir daí, fui para vários clubes menores. Meu auge foi no Corinthians. Nosso sonho da Democracia foi maravilhoso. O time iria ganhar mais títulos. Fomos corajosos e muito felizes."Aos 69 anos, Ataliba segue com o mesmo sorriso cativante. Enraizado na sua Zona Leste. É uma das grandes atrações do Corinthians Masters, que excursiona pelo interior de São Paulo."Vivi intensamente minha carreira. E tenho uma saudade enorme", deixa escapar, sorrindo, deixando escapar uma gota de rara melancolia...REDE SOCIALInstagram: @cosmerimoli

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  • 'ERROS MÉDICOS SABOTARAM A CARREIRA DO MELHOR JOGADOR DO BRASIL'
    2025/10/28

    Zico, Sócrates, Falcão? Não, o melhor jogador deste país, em 1980, se tinha nome. Zé Sérgio, do São Paulo. Escolhido por jornalistas de todo território nacional. Quem viveu aquela época é privilegiado. Acompanhou os dribles deste jogador ambidestro, que enlouquecia defesas adversárias. E não parado nem por pontapés. Ágil, corajoso, talentoso, devolvia os chutes que levava, humilhando seus marcadores, com dribles que terminavam em gols. Dele ou de companheiros de time. "Eu cansei de marcar gols por causa do Zé Sérgio. Era só tocar na esquerda e esperar. A bola chegava. Era só cabecear ou tocar para desviar do goleiro. Ele sabe o quanto foi importante para que eu me tornasse o maior artilheiro da história do São Paulo', elogia Serginho."Eu tinha muito prazer em driblar e cruzar para meu time fazer os gols. Eu era ambidestro, ou seja, driblava com a direita ou com a esquerda. Além disso, minha velocidade era alta. Sempre fui objetivo, queria ganhar os jogos, não driblava para trás. Queria o gol."Zé Sérgio surgiu como um cometa. Adaptou os dribles do futsal com os do futebol de campo. Seu parentesco distante com Rivellino foi útil no início da carreira. Aliás, não ficou no Corinthians porque era longe de sua casa. Preferiu o São Paulo. Foi a revelação de 1977. Estava na Copa do Mundo em 1978, na Argentina.E melhor jogador do Brasil em 1980. Foi também o grande destaque do Mundialito do Uruguai. Fez uma partida inesquecível contra a Alemanha, na vitória por 4 a 1. "Estava tudo certo. Eu era titular da Seleção. O Telê já havia dito que contava comigo para a Copa do Mundo de 1982. Eu quase fui para o Milan. Estava tudo ótimo. Mas vieram a fissura no meu braço por um soco de um zagueiro da Seleção do México. Era um amistoso em Los Angeles. O São Paulo me colocou em campo só 20 dias depois. Tomei um pontapé, cai sobre o braço, que quebrou. Fui operado, mas não ficou bom. Depois, enquanto treinava, com o braço imobilizado, torci o joelho. E rompi os ligamentos cruzados. A cirurgia não deu certo", relembra com tristeza. 'Meu futebol caiu pelo menos 30%. Não consegui ser eu mesmo. Foi horrível."Para piorar, teve uma gripe forte. O médico que o atendeu no São Paulo receitou Naldecon, remédio popular. Mas havia uma substância que era proibida. E Zé Sérgio foi acusado de doping. 'Foi terrível. Tomei o que o médico do São Paulo me passou. A imprensa da época fez um escândalo. Tanto que o presidente da Federação Paulista da época, Nabi Abi Chedid, resolveu arquivar o processo. Tanto era minha honestidade. Realmente não tomei nada além do que me foi receitado."Zé Sérgio perdeu a Copa do Mundo, deixou de ser convocado. Já não era o mesmo jogador. Foi trocado, junto com Humberto, por Pìtta, do Santos. Ficou deprimido. "Não gostei da maneira com que o São Paulo me trocou." Chora ao lembrar do sofrimento que enfrentou. 'Fiquei a ponto de fazer uma besteira comigo. Deus me salvou.'No Santos foi tricampeão paulista, já que tinha conquistado dois títulos com o São Paulo. As deficiências físicas por erros médicos o atrapalharam. Passou pelo Vasco, de Romário. Logo foi para o Japão, onde ficou oito anos.Depois trabalhou na base do São Paulo. Aprimorou Casemiro, por exemplo. Por disputa política saiu. Magoado. Passou pela Ponte Preta e Ituano. Se cansou da falta de reconhecimento, da interferência de dirigentes e do fraco salário."Em 2019, eu parei. Chega de pagar para trabalhar. Os times do Interior pagam muito pouco." Muito jovial, nem parece os 68 anos que tem. É dono de um dos times da Kings League. 'Longe do futebol eu não iria ficar', enfatiza.Quem teve a sorte de ver Zé Sérgio jogar, no São Paulo, não esquece jamais...

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  • 'A GENTE OLHAVA UM PARA O OUTRO. E SABIA. ÍAMOS GANHAR TUDO NO ANO.'
    2025/10/21

    'O Palmeiras está interessado em Edu, da Portuguesa."Esta era a manchete do extinto jornal A Gazeta Esportiva, em 1969."Eu não tive dúvidas. Peguei o jornal e, em vez de ir treinar na Portuguesa, fui direto no Palmeiras. Todos estranharam quando me viram. O Dudu perguntou: 'o que você está fazendo aqui?' Respondi: já que o Palmeiras me quer, eu quero o Palmeiras. Vamos assinar. Eu sabia que era o jogador que faltava para a academia."Carlos Eduardo Da Silva sempre foi assim. Corria, literalmente, atrás do que queria. Era uma necessidade. "Éramos em 11 irmãos. Eu precisava ajudar em casa, de qualquer maneira. Ele não desejava que eu fosse jogador. Fiz um pacto. Se não der certo, logo eu desisto."Ele já era um mito nos bairros da Zona Norte. No Bairro do Limão, na Cachoeirinha, no Bairro do Limão. Até que passou em um teste na Portuguesa. Era meia, inteligente. "Mas vi que tinha muito jogador talentoso, como o Lorico. E outros. Todos queriam o meio-campo. Fui para a ponta. Sabia que era o meu lugar."Edu não tem o apelido de Bala, por acaso. Sua velocidade era incrível. 'Chegava a fazer 100 metros em 10 segundos." Poderia competir no atletismo. Tinha também o chute violentíssimo. 'Cansei de chutar a bola no Tietê, já que o Canindé não tinha proteção.'O argentino Filpo Nunes que o treinou na Portuguesa, o queria no Palmeiras. E ele foi para o clube, da maneira mais simples. Com o jornal debaixo do braço. A direção palmeirense aproveitou a oportunidade."A chegada do Edu foi um grande bem para o nosso time, que já era muito bom. Mas tinha atletas de toque de bola. Precisávamos de alguém que saísse do nosso perfil para surpreender os adversários. E o Edu 'voava' pela ponta. Se encaixou como uma luva", elogia Ademir da Guia.E foi assim que Edu Bala foi tricampeão brasileiro, tricampeão paulista, ganhou duas vezes o troféu Ramón de Carranza. Só não foi vendido pelo Español porque o Palmeiras o segurou. "Foi maravilhosa a minha passagem pelo Palmeiras. O time era fantástico. Ganhamos tudo. Só não a Libertadores porque não dávamos a mínima atenção."Edu tem uma passagem engraçada, folclórica. 'O Hector Silva me lançou. E eu corri tanto para a bola que acabei caindo no vestiário. Tanta era minha velocidade. Não consegui parar', relembra, com o sorriso largo, aos 76 anos."Dirigentes palmeirenses precisavam de dinheiro e desmancharam a academia", revela. E foi jogar no seu time do coração. Poucos sabem mas ele sempre foi são paulino. Também foi campeão paulista. Ganhou títulos no Sport e na Desportiva, do Espírito Santos. Jogou até os 39 anos.Mas marcou para sempre o futebol brasileiro. Deixou de ser uma pessoa. Para ser como um pedaço de uma poesia, que palmeirenses apaixonados declamam, de cor...Leão, Eurico, Luiz Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir, Edu, Leivinha, Cesar e Nei.

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