COM O TAL PRA FORA (Episodio Extra- Lado B)
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Somos animais.
Não no sentido poético. No sentido literal.
Temos pele, suor, pelos, cheiro, instinto.Comemos, dormimos, transamos, adoecemos e morremos.Tudo o que fazemos de “civilizado” vem depois disso — como uma camada de tinta tentando esconder a carne.
Roupas não são natureza.São acordo.São medo organizado.
Vestimos o corpo para fingir que ele não manda.Para fingir que não envelhece.Para fingir que não deseja.Para fingir que não apodrece.
Mas o corpo continua ali, respirando por baixo do tecido, lembrando o tempo todo:isso aqui não é eterno.
Andar pelado não é sobre sexo.É sobre verdade.
O escândalo não é a nudez —o escândalo é termos aprendido a sentir vergonha de existir.
Um cachorro não se culpa por ter corpo.Uma árvore não se cobre para parecer aceitável.Só o humano olha para si mesmo e pensa:“isso é demais para ser visto”.
Talvez devêssemos andar pelados não porque é bonito,mas porque é honesto.
Porque o corpo exposto acaba com a ilusão de superioridade.Todo mundo vira só carne tentando viver mais um dia.Sem terno.Sem farda.Sem fantasia moral.
Pelados, fica mais difícil fingir poder.Mais difícil fingir pureza.Mais difícil fingir controle.
Talvez seja por isso que o mundo odeie tanto a nudez:ela lembra que, no fim, somos só animais sofisticados o bastante para mentir —e assustados o bastante para acreditar nessas mentiras.