#6 - Eterno Retorno: o Fim da Ilusão da Falta Colonialista (Abismo Útil a Tirania)
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Nietzsche não criou sua obra do nada. O nada é uma ficção colonial. Desse pensamento dominante que se alastrou sobre a Terra e sobre todos os corpos.Ficção de um povo que tem medo da Terra, medo da natureza lhe ser pouca, de lhe faltar. O que é a acumulação senão um modo de vida desconectado da abundância da natureza?Nietzsche sentiu isso no século XIX; esse medo, com essa necessidade de dominação que vem junto com o medo da morte, da Terra.E ele foi a fundo nesse modelo de pensamento, que é o niilismo no sentido negativo. Tão a fundo que muita gente confunde toda a sua obra com uma obra niilista. Mas não chega a ver que o que ele fez foi levar isso ao extremo; e chegar ao pensamento do eterno retorno, quando o niilismo nega a si próprio e desaparece: o chamado niilismo ativo, ou quarto e último estágio.Mas não conseguimos chegar de maneira simples, porque sofremos dessa doença que é a desconexão com a Terra, com a natureza.Fixados nesse modo de vida do colonizador. Seu senhor não é só seu patrão. Seu senhor é seu sistema familiar, é a imposição do dia, é a grade na qual você precisa se enjaular pra manter sua dita posição social. Toda essa invenção que funciona à parte da própria natureza.Onde fica a criação?A arte de inventar novos modos de existência, de composição, de novos mundos?Então: entrar nos conceitos de Nietzsche, sim; de Bergson, de Spinoza, de Deleuze; mas não sem aplicar cada frase, cada ideia, ao nosso modo de vida aqui e agora. Nietzsche sentiu o colonialismo e se voltou profundamente contra ele; contra a imposição de um único modo de sobrevivência, imposto por essa humanidade medrosa, niilista no sentido negativo, que precisa acumular sem fim e nunca chega numa alegria plena. Quanto mais acumula, mais cava um buraco; um abismo pra si mesma.Até as psicologias ortodoxas insistem que o desejo humano é constituído pela falta, que seríamos fracos, necessitados, sempre em busca de um objeto pra nos preencher.E como isso funciona bem no capitalismo!Você sempre em busca de um objeto no shopping, na prateleira, que, depois de comprado, quase imediatamente, já te deixa vazio de novo.Como a gente pode aceitar isso, se temos aqui tanta abundância de natureza? De outros povos, como os quilombolas? De obras lindas como “A Terra Dá, A Terra Quer”?Nego Bispo:“Nós somos os diversais, os cosmológicos, os naturais, os orgânicos. Não somos humanistas. Os humanistas são as pessoas que transformam a natureza em dinheiro, em carro do ano. (...) Apesar de serem criaturas da natureza, os humanistas se descolam dela.(...) Existem modos de vida fora da colonização. Mas política, não.Toda política é um instrumento colonialista, porque a política diz respeito à gestão da vida alheia. Política não é autogestão."E vamos mais longe: existem modos de vida ainda não vistos na Terra. Enquanto houver ser humano, teremos capacidade de criar pra nós outras existências possíveis, em composições mais fortes de viventes.Mas pra sair desse pensamento colonial imposto de fora, dessa gestão de fora pra dentro, a gente tem que se conectar conosco, com nossa potência de se diferenciar de nós mesmos, como toda a natureza.O que está muito acima das pequenas questões que essa humanidade se coloca.Nietzsche rompe com a ficção do real como se fosse um objeto que se suporta, que se carrega; o suposto peso da vida adulta, da vida em sociedade, etc.Ele rompe com toda negatividade, e diz:“O que quer que queira, queira de tal maneira que queira também o seu eterno retorno.(...) Se em tudo que fizer, começar por perguntar: ‘eu quero isso um número infinito de vezes?’, isso será um centro de gravidade mais firme.” (Vontade de Potência)E com a entrada no eterno retorno, como lei da natureza, a gente pode chegar a equação, com Deleuze:Querer = Criar.Destruição ativa: o estado dos espíritos fortes, que destroem neles o que há de reativo, de hábito triste, empobrecido.https://linktr.ee/niilismomiguxo